Tendo o Hospital de Santa Luzia, em Elvas, como pano de fundo e assumindo a saúde e o próprio hospital como uma prioridade, o Movimento Cívico Por Elvas questionou, na tarde de segunda-feira, dia 21, “o que se terá passado nos últimos três, quatro anos, para que o Hospital de Elvas deixasse de ser uma referência para a população de concelhos vizinhos”.
Rondão Almeida, candidato pelo Movimento à Câmara Municipal de Elvas, revelou que “há meia dúzia de anos que este hospital era frequentada por população oriunda de concelhos vizinhos, tanto de Portalegre, como de Évora, onde procuravam tratar a sua saúde”. “E o que se passou nestes três quatro anos?” Rondão Almeida diz que “algo de grave se passou, nas costas dos elvenses, com o silêncio absoluto dos elvenses, mas com o silêncio absoluto da Câmara de Elvas”.
O candidato considera também que o Hospital de Elvas, já foi “um Hospital de referência dentro desta micro região do Alentejo”, afirmando que “temos um Hospital simplesmente para atendimentos básicos, ou seja, temos um segundo Centro de Saúde, alguém chega aqui doente e vai para Évora ou Portalegre, não é isto que Elvas tem direito, Elvas tem direito a ter um Hospital referenciado na Rede Nacional, como sendo um Hospital referência medico cirúrgica para trabalhar com as valências que já teve no passado, como pediatria, ortopedia, cardiologia, fisioterapia”.
Quanto à Clínica de Alta Resolução, refere que “foi deitada areia para os olhos dos elvenses”, questionando “a todos aqueles que lançaram mais essa aldrabice, onde está essa clínica e onde está a ressonância magnética, que tanto apregoaram para se instalar, está em Portalegre e onde estão as obras que foram prometidas para recuperar o edifício”. “Há três anos prometeram essas obras, há lá material para fazer essas obras, mas até este momento, nada foi feito”, revela.
“Se não for a voz forte dos elvenses, este hospital está condenado a um encerramento muito brevemente”. O candidato pelo Movimento Cívico por Elvas adianta que “devemos ter um serviço de cuidados intensivos, os cirurgiões, agora só podem fazer cirurgias simples, porque não há esta unidade de retaguarda, limitando estes profissionais no seu desempenho da sua função”. “Queremos voltar a ter as valências que tivemos no passado, temos o direito de voltar a ter”, reforça.
Autonomia administrativa é outra das situações que Rondão Almeida quer que o Hospital também tenha, “para comprar compressas e consumíveis, sem necessidade de fazer um telefonema para Portalegre”. Demonstrando-se preocupado que, uma cidade como Elvas não tenha unidade de saúde de média e longa duração, o MCPE “está preocupado com esta situação porque não entende que tenha que mandar os seus doentes para recuperação para, por exemplo, Arronches, isto é impensável que não tenha uma unidade para tratar das pessoas da nossa cidade e tenha que as mandar para uma aldeia”.
“É lamentável que nas juntas de freguesia um médico só passe de quando em quando e só tenha uma consulta passados meses”. Rondão Almeida reforça que, “caso o movimento Cívico por Elvas vença as eleições irá ter um carro com médico e enfermeiro dotado com o básico para poder visitar aldeias e todos os que necessitam de um pequeno tratamento”.
Referindo-se à bazuca financeira que vem da Europa, destinada à saúde, “que o Governo vai receber 84% a fundo perdido e o restante 16% através de financiamento”, Rondão Almeida diz que deve lembrar-se que “este hospital necessita de recuperação da parte física e também ser ampliado”, algo que considera “possível” e deixa a cargo do arquiteto Carlos Martins, que “durante 12 anos trabalhou em projetos relacionados com a área da saúde e que pode explicar que pode ser um complemento da construção física já existente”. “E, não venham dizer que não se pode fazer a obra, por estarmos perto das muralhas, porque quando se derrubam casas no centro histórico para passar um autocarro não pode ser impeditivo de dar mais qualidade ao hospital e não haver poder de argumentação por parte dos responsáveis em não complementar as valências que o hospital precisa”.
O arquiteto Carlos Martins explica que é possível fazer a ampliação de que o Hospital de Elvas precisa, uma vez que tem e pode ser requalificado e tem de voltar a ter as valências que um pequeno investimento não só para o dotar de equipamentos necessário e para servir a população de utentes que está carenciada do ponto de vista de saúde.
O arquiteto explica que “a fachada sudeste permite a ampliação que se enquadra na volumetria existente sem entrar em rutura com nenhuma legislação”, tratando-se por isso, de uma “proposta coerente e exequível que vai potenciar um equipamento de saúde fundamental aos elvenses, porque uma sociedade para ser evoluída tem de ser saudável, e neste momento os elvenses não têm a saúde a que têm direito”.
“Temos que unir vozes e esforços e exigir o hospital a que temos direito, com a qualidade, capacidade e volume a que os elvenses têm direito”, remata o arquiteto.
A conferência de imprensa convocada pelo Movimento Cívico Por Elvas decorreu na tarde de segunda-feira, em frente ao hospital de Elvas.