Encerramento de fronteiras tem sido “penalizador” para o restaurante Pompílio

Com o fim do estado de emergência e a entrada em vigor da nova fase do plano de desconfinamento, os restaurantes do país vão poder respirar um pouco de alívio, uma vez que, já a partir de segunda-feira, dia 3 de maio, vão voltar a trabalhar sem limitações de horários.

No caso dos restaurantes dos concelhos portugueses desta zona raiana, e com o encerramento das fronteiras, que não se sabe até quando vai ser uma realidade, os negócios continuam a sair prejudicados, ou não fossem os espanhóis apaixonados pela gastronomia desta região.

Em São Vicente, no concelho de Elvas, para o restaurante Pompílio, que antes da pandemia, recebia, em média, cerca de 40 a 50 por cento de clientela espanhola, o facto das fronteiras se manterem encerradas é “penalizador”, garante um dos proprietários, Rui Rodrigues (na foto). “As fronteiras fechadas impedem os nossos irmãos espanhóis de cá virem e tem sido bastante difícil para nós”, confessa.

Ainda assim, Rui Rodrigues considera que a reabertura das fronteiras terrestres só deve  acontecer quando estiverem garantidas todas as condições de segurança. “Temos de por a segurança em primeiro lugar. Se nós tivermos a certeza absoluta que é seguro, eu diria que era para ontem”, comenta. Contudo, adianta que o melhor é mentalizar-se que “é para continuar assim” e aguardar mais algum tempo. “O que nós queremos é segurança, acima de tudo”, acrescenta.

Por outro lado, a afluência de clientes portugueses, após a reabertura de portas do Pompílio, tem sido até surpreendente.”Nós estávamos à espera de um impacto mais forte, da falta de clientes, mas, de facto, têm aderido. Temos uma fidelização de clientes muito grande, estavam com saudades e estamos surpreendidos pela positiva”, adianta o empresário.

Rui Rodrigues lembra ainda que, por esta altura, o restaurante funciona apenas durante a semana, dado que, ao fim de semana, ainda está obrigado a encerrar até às 13 horas. “Não vamos abrir, porque não conseguimos servir almoços. Aqui também não fazemos take-away”, revela.

As mudanças, tendo em conta a próxima fase do plano de desconfinamento do Governo, garante ainda Rui Rodrigues, farão toda a diferença no negócio. Poder trabalhar sem limitações de horários, adianta, será um verdadeiro “balão de oxigénio”.