“A melhor solução ninguém sabe”, diz Fátima Pinto sobre encerramento das escolas

O Governo admitiu já que, provavelmente, a partir de quinta-feira, dia 14 de janeiro, o país regressa a um confinamento geral, do género daquele que foi imposto em março, no sentido de se fazer face ao crescente aumento das infeção por Covid-19 registado nas últimas semanas.

Contudo, a maior dúvida recai sobre as escolas, sendo que ontem mesmo a ministra da Saúde explicou à comunicação social que o impasse só será resolvido depois de ouvido o Infarmed. Sobre a decisão de fechar ou não as escolas, Marta Temido lembrou que o encerramento, durante vários meses, teve consequências para os alunos, sendo esta uma decisão que ainda tem que ser avaliada.

Já o primeiro-ministro, António Costa, revelou também ontem que o mais certo é os estabelecimentos de ensino manterem-se num novo confinamento, assegurando que essa é também a vontade do Governo.

“A melhor solução, eu acho que ninguém a sabe”, revela, por sua vez Fátima Pinto, diretora do Agrupamento de Escolas n.º3 de Elvas, assegurando que, do seu ponto de vista, as aulas presenciais são fundamentais. “Assim que pudemos desconfinar, em junho, logo avançámos para as aulas presenciais. O ensino à distância compromete a aprendizagem e sobre isso ninguém tem dúvida”, explica.

Fátima Pinto lembra ainda que “dentro das escolas, a percentagem de contágio tem sido ínfima, muito pequenina”. Contudo, e perante o momento que se atravessa, “as coisas podem continuar a não se verificar da mesma forma”.

A diretora assegura ainda não saber o que poderá ser o melhor: se por um lado, o ensino à distância compromete as aprendizagens; por outro, a movimentação habitual junto às escolas, poderá desencadear mais casos positivos de infeção. “Manter o ensino presencial, com o resto de toda a atividade económica em casa, não sei até que ponto fará sentido”, explica, lembrando que “quando as escolas estão abertas, a circulação é muito maior”.

“Esta decisão é muito difícil, e eu percebo perfeitamente que as nossas autoridades de saúde e os nossos dirigentes têm dificuldade em tomá-la”, remata.