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CURPI de Campo Maior promove tradições, artes e bem estar

A Comissão Unitária de Reformados Pensionistas e Idosos (CURPI), em Campo Maior, é um dos principais espaços de dinamização de atividades para a comunidade.

Anselmina Caldeirão, chefe de serviço na instituição, refere que atualmente são 450 os associados deste espaço que tem “uma resposta ativa na nossa comunidade”.

“São várias atividades, várias respostas sociais, programas feitos pela Segurança Social – durante cinco anos tivemos a cantina social, agora temos outro programa em que distribuímos alimentos”, enumera.

Uma das principais valências da CURPI é a Academia Sénior, que conta hoje com 30 alunos e aulas de pintura, artes decorativas, poesia e até histórias do antigamente.

A Academia Sénior teve início em 2008. Foi também tendo uma adaptação ao longo dos anos. Tivemos estes dois anos da pandemia, que prejudicou bastante e tivemos alguma dificuldade em trazer as pessoas novamente. Fomos adaptando a academia às pessoas que a frequentam e neste momento temos aula de pintura a óleo, a oficina de flor de papel, aula de vidas contadas, artes decorativas, costura e poesia”, refere Anselmina Caldeirão.

Atualmente, com cerca de 30 alunos, uma das aulas que mais chamam a participação da comunidade é a de Artes Decorativas. Luísa Almas, docente da disciplina, revela que nestas aulas se aprende a trabalhar “um pouco de tudo”. “De madeiras, vidros, pratos, coisas em marfinite, garrafas, presépios – que é o que fazemos mais”.

A logística é simples: “Cada um faz o seu trabalho, vão fazendo perguntas, eu vou ensinado”.

Mas nem só de trabalho se fazem as aulas, garante a professora.

“Nem só se trabalha, também se conversa e estamos um bocadinho distraídas. Acho que todas as que estão aqui concordam que foi muito bom este ano e todos os anos temos estado aqui e para o ano viremos novamente”, garante.

Já as alunas confirmam os benefícios destas aulas. É o caso de Ana Ferreira. “Foi uma colega minha que me disse para vir, então vim e gostei imenso. Sinto-me bem, ajuda-me muito, ao meu cérebro”, diz.

Outra das aulas que mais adesão tem é a “Vidas Contadas”. A professora Carolina Grilo explica que aqui se fala de tudo. “É falar da sua vida, de tudo o que viveu até então e fazer partilhas sobre os mais diversos temas. Em maio, por exemplo, falámos da Espiga, de como era antigamente. E dentro dessas aulas, cada uma mostra um bocadinho os seus talentos também, temos sempre cantares, poesia, textos”, refere.

Com o final do ano letivo da Academia Sénior da CURPI a chegar, no final deste mês de junho, a turma de “Vidas Contadas” está a preparar atividades especiais para assinalar o momento.

“Nós vamos fazer as nossas festas, vamos fazer uma homenagem e todos os dias, de 26 a 30 de junho, vamos ter atividades: um teatro feito por uma aluna, que escreveu um teatro de como se falava antigamente, com os trajes. Vamos ter também fados, outros cantares, poesia”, desvenda Carolina Grilo.

Já a treinar para o fim do ano letivo, uma das aulas das “Vidas Contadas”, Idaulina Borrega, ensina-nos algumas das palavras de antigamente.

 “Está a muginar, que significa ‘está a chover’”, explica. “Aprende-se muito, a professora tem-nos levantado a nossa auto-estima, tem buscado coisas de antigamente, faz-nos viver o que vivíamos na nossa juventude e fazemos estas brincadeiras que, ao fim ao cabo, não é uma brincadeira, é um ensinamento”, acrescenta.

Com o ano letivo a chegar ao fim, a Academia Sénior da CURPI está já a preparar o próximo ano. Os interessados em participar nas aulas podem inscrever-se presencialmente nas instalações da CURPI, sita na Avenida da Liberdade, em Campo Maior.

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