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Músico de Montemor admitido na Orquestra Gulbenkian

O músico Thierry Redondo, da Banda Filarmónica Simão da Veiga da Casa do Povo de Lavre, no concelho de Montemor-o-Novo, é o vencedor do concurso de admissão para Trombone Baixo na Orquestra Gulbenkian. Esta é uma orquestra portuguesa sediada em Lisboa, fundada em 1962, pela Fundação Calouste Gulbenkian, sendo uma das mais conceituadas do país.

O jovem músico, de 27 anos, explica que esta “foi uma audição para o lugar de solista B, de trombone baixo”, para integrar o naipe de trombones da Orquestra Gulbenkian. “Foi um sonho tornado realidade, porque para nós, músicos portugueses, como temos tão poucas orquestras em Portugal e temos tão bom nível, chegar até aqui é o reconhecimento do trabalho enquanto músico profissional”, garante o músico.

Thierry Redondo está na Alemanha há cinco anos. “Mas sempre foi um objetivo de vida, quando um dia essa posição abrisse (de solista B, de trombone baixo), eu teria de concorrer”, confessa. O músico passou por três rondas de audição, onde foi ouvido por um numeroso e aclamado júri, chegando até à final, que acabou por vencer.

O músico, que começou a estudar trombone na Banda Filarmónica Simão da Veiga da Casa do Povo de Lavre, “com aproximadamente nove anos” começou por “ter aulas de solfejo” e, uns meses depois, pôde escolher um instrumento. A escolha recaiu sobre o trombone, surgindo assim esta paixão. Mais tarde, em 2011/2012, teve a oportunidade de prestar provas para ingressar na Escola Profissional Metropolitana de Lisboa, com o professor Reinaldo Guerreiro, tendo terminado e feito provas, novamente, “para a universidade, também na Metropolitana, na Academia Nacional Superior de Orquestra”, onde concluiu a “licenciatura, também com o professor Reinaldo Guerreiro”.

Após terminar a licenciatura, “com muitos apoios da família e amigos”, Thierry Redondo decidiu sair do país para prosseguir os estudos, “para fazer mestrado fora de Portugal e também para alargar horizontes, conhecer outras pessoas, outras técnicas da música”.

Thierry acabou por entrar, em mestrado, em 2017, na Hochschule für Musik und Theater “Felix Mendelssohn Bartoldy”, em Leipzig, na Alemanha, sob orientação do professor Thomas Leyendecker, trombonista baixo da Orquestra Filarmónica de Berlim. No entanto, o músico revela que acabou por não concluir o mestrado: “após dois anos fiz uma audição para a Staatskapelle, de Berlim, que foi considerada uma das melhores óperas do ano de 2018, com direção de orquestra de Daniel Barenboim, ingressando nesse ano”. Quanto à experiência enquanto academista da orquestra Staatskapelle, de Berlim, o músico explica que foi um grande impulso enquanto músico.

Assim que surge a oportunidade de entrar na Orquestra Gulbenkian, Thierry Redondo confessa que “o objetivo foi dar tudo”: “quis dar o meu melhor, para tentar conseguir juntar-me a esta orquestra fantástica e tive a sorte, o trabalho e o apoio de muita gente”.

Nestes últimos cinco anos, Thierry Redondo tem estado em Berlim, “a trabalhar com variadas orquestras”, todas elas de renome e aclamadas mundialmente, “com diversos maestros e grandes músicos”. No que toca a planos para o futuro, está preparado para começar uma nova etapa, com a Orquestra Gulbenkian. “É uma orquestra que está, atualmente, muito jovem”, uma vez que estão a abrir vagas para diversos lugares, algo que não acontecia há 40 anos.

Para o músico “é um prazer imenso poder fazer parte desta orquestra e tentar levar a música erudita a um nível mais alto possível e tentar chegar o mais perto possível do público, tentar trazer um pouco mais de cultura ao nosso país”, deixando ainda o convite e desejos para que, cada vez mais, os portugueses se interessem por este lado da música em Portugal.

Thierry Redondo prepara-se agora para começar a trabalhar na Orquestra da Gulbenkian.

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