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Licença para correr é “uma estupidez” que vai “desmotivar os atletas”, defende Manuel Braçadas

Um atleta não federado, isto é, um atleta amador, com mais de 18 anos, que queira correr numa prova de atletismo, a partir da próxima temporada desportiva, vai precisar de uma licença.

Esta licença poderá ser diária, com um custo de três euros, ou anual, com um preço 31 euros. Com isto, a Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) procura “promover uma prática mais segura, regulamentada e sustentada da modalidade”.

A verdade é que, nos últimos anos, as corridas têm-se multiplicado no país, sendo que a participação na sua maioria exige o pagamento de uma inscrição por parte dos atletas. Desta forma, a licença vai resultar num aumento dos custos para os participantes.

Não tendo dúvidas de que isto só vem trazer “mais desmotivação” aos atletas, o responsável da secção de Atletismo da Barbaris BTT Team de Barbacena, Manuel Braçadas (na imagem), considera que a medida, para além de “absurda”, “não é justa”. “Já pagamos para federar os atletas na associação, já pagamos o nosso imposto e pagar mais, para aliciar mais atletas federados – que é isso que eles querem – acho que é absurdo”, assegura. “As inscrições já são bastante caras e, do meu ponto de vista, o que vão provocar é que arranjam mais desmotivação”, acrescenta.

Fazendo contas às provas em que os atletas do Barbaris participam anualmente, Manuel Braçadas assegura que, tendo em conta o preço da licença diária, esta vai acabar por sair “bastante cara”. “Nós gostamos de ir a várias provas, mesmo não sendo federados, e se formos a 15 provas, por ano, se multiplicarmos isso por três ou quatro euros torna-se bastante caro”, assegura.

Dizendo ainda que é “uma estupidez” a FPA passar a cobrar mais estas taxas, o responsável lembra todos os outros custos que os atletas e o próprio clube têm com a participação nas provas: “os custos de transporte para as provas, o alojamento… é muito dinheiro”. “Se querem incentivar a prática de desporto no país, acho que deviam adotar outro tipo de estratégias. Acho que não é a forma mais correta”, diz ainda Manuel Braçadas.

Entretanto, foi lançada uma petição pública, que conta já com mais de 12 mil assinaturas, que pede a revogação desta licença obrigatória nas competições de atletismo. A licença é encarada, pelos subscritos, como uma “barreira económica injustificada à prática desportiva, contrariando princípios constitucionais e legais que regem o acesso ao desporto em Portugal”.

De realçar que esta licença não se aplica a qualquer tipo de prática individual de corrida. As corridas em provas gratuitas ou de valor inferior a cinco euros também não vão precisar de licença.

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