Águas do Alto Alentejo investe seis milhões de euros em eficiência hidrica

A Águas do Alto Alentejo, entidade gestora do sistema intermunicipal de abastecimento de água e saneamento dos concelhos de Alter do Chão, Arronches, Castelo de Vide, Crato, Fronteira, Gavião, Marvão, Nisa, Ponte de Sor e Sousel, acaba de apresentar o novo Projeto de Eficiência Hídrica com Remuneração por Desempenho, representando um investimento de seis milhões de euros.

O projeto, desenvolvido em parceria com o Grupo INDAQUA, tem como principal objetivo reduzir as perdas de água potável ao longo das redes de abastecimento dos dez municípios onde a Águas do Alto Alentejo atua.

Ao longo dos oito anos de execução do Projeto de Eficiência Hídrica com Remuneração por Desempenho, a Águas do Alto Alentejo vai assegurar uma poupança de cerca de 10 mil milhões de litros de água potável, o equivalente a 4.000 piscinas olímpicas, e garantir benefícios ao nível da sustentabilidade superiores a 6 milhões de euros não desperdiçados.

Adicionalmente, a Águas do Alto Alentejo e a empresa contratada através de concurso público, vão trabalhar para mitigar o enorme problema que estes mais de 4.000 km² de território, com povoações dispersas, vivem a nível de recursos hídricos escassos. Estima-se que aos 5 anos de projeto a redução das perdas de água já seja de 50% das atuais, num território cuja condição de seca é muito frequente.

Hugo Pereira Hilário, presidente da Águas do Alto Alentejo e Presidente do Município Ponte de Sor, sublinha que “este projeto é inovador no setor da água em Portugal na medida em que responsabiliza todos os intervenientes, unindo-os ativamente na prossecução do objetivo primordial: eficiência dos nossos recursos hídricos. Isto é, transfere-se o risco do investimento para a empresa e não para a entidade contratante, seja ela pública ou privada. Isto porque a quase totalidade da remuneração da empresa parceira, depende do seu desempenho, ou seja, do real cumprimento dos objetivos definidos contratualmente para a redução de perdas. Adicionalmente, com a abrangência que vai ter, com oito anos de desenvolvimento e este grande investimento, acredito vivamente que estamos perante uma das maiores operações de sustentabilidade ambiental do país, com uma poupança estimada de cerca de 9,6 mil milhões de litros de água potável, o suficiente para abastecer os 10 municípios geridos pela Águas do Alto Alentejo, durante quase 4 anos”.

A execução deste Projeto de Eficiência Hídrica vai envolver várias ações, nomeadamente a reabilitação de infraestruturas, a sensorização das redes de água e a implementação de ferramentas de inteligência artificial para recolher e analisar dados cruciais para uma rápida atuação na eliminação de fugas. Adicionalmente, procurar-se-á gerir eficazmente a pressão em zonas críticas, de forma a diminuir o número de roturas e os gastos associados à resolução das mesmas. Será feita ainda a deteção e eliminação de consumos e ligações ilícitas, bem como uma avaliação da renovação do parque de contadores, para tornar mais eficiente a medição e faturação do serviço aos 40.000 clientes da Águas do Alto Alentejo.

“Os projetos em parceria na área da eficiência hídrica têm-nos permitido apoiar, a nível técnico e humano, várias entidades gestoras pelo país fora. Neste caso em particular, a diversidade de sistemas de abastecimento dispersos num grande território torna, sem dúvida, o desafio particularmente complexo. No entanto, estamos certos de que a abordagem holística que se estabeleceu e que inclui ações tanto a nível das perdas comerciais como na eficiência das próprias redes, irá também aqui dar os resultados pretendidos. Embora seja muito desafiante, o nível de escassez de água sentido nesta região faz-nos encarar este projeto ainda com mais responsabilidade e trará, estou certo, a todos os envolvidos, ainda mais satisfação com os resultados que se venham a alcançar”, enquadra Pedro Perdigão, CEO do Grupo INDAQUA.

Até ao final dos oito anos do contrato, a Águas do Alto Alentejo irá capacitar ainda mais a sua estrutura, no sentido de continuar a aplicar, findo o projeto em si, os melhores métodos que permitem a redução de perdas de água potável, gerando poupanças importantes para todos os dez municípios.