DRA do PCP apresenta manifesto eleitoral “O Alentejo tem futuro! Mais CDU, vida melhor”

A Direcção Regional do Alentejo do PCP realizou ontem, dia 14 de fevereiro, em todas as suas organizações regionais do Alentejo (Portalegre, Évora, Beja e Litoral Alentejano), conferências de imprensa para a apresentação do manifesto eleitoral “O Alentejo tem futuro! Mais CDU, vida melhor”, no âmbito das eleições legislativas de 10 de março.

Em Portalegre, o manifesto foi apresentado por Helena Neves, membro da DRA e do Comité Central do PCP, Diogo Serra, membro da DRA do PCP e mandatário do distrito de Portalegre da CDU e Fátima Dias, primeira candidata da CDU pelo círculo eleitoral de Portalegre.

O manifesto para ler na íntegra:

“O Alentejo tem sido particularmente afectado pelas políticas de direita de desinvestimento público e na produção nacional, que têm fomentado a intensificação e financeirização da agricultura e o declínio populacional em consequência da degradação das condições de trabalho, de uma política de baixos salários e de precariedade e de encerramento de serviços públicos.

Apostando numa política alternativa, patriótica e de esquerda, que possibilite o desenvolvimento integrado e progresso social deste vasto território, o PCP e a CDU defendem que sim, o Alentejo tem futuro.

O Alentejo tem futuro com um projecto integrado de desenvolvimento, alicerçado em 12 elementos principais:

  1. Aumento geral dos salários e das pensões, fim da precariedade, condições centrais para o desenvolvimento do país e determinantes para a inversão do declínio populacional do Alentejo e para a fixação e captação de jovens.
  2. Avançar com a regionalização para uma verdadeira política de proximidade e descentralizada, com a reposição das freguesias extintas e o reforço dos municípios, e que disponibilize meios, competências e recursos para concretizar os projectos de que a região precisa.
  3. Criar um projecto integrado para o desenvolvimento do Alentejo, a partir de pelo menos 4 programas fundamentais que urge implementar: um plano de apoio à base económica, um programa de infraestruturas públicas, um plano estratégico para a zona de influência do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva e um programa estratégico de desenvolvimento territorial da área de Sines.
  4. Defender, valorizar e melhorar o Serviço Nacional de Saúde, melhorando as condições de trabalho e as carreiras dos seus profissionais e assegurando a construção e qualificação das estruturas de saúde e a ampliação da rede de cuidados continuados e a abertura de mais unidades de internamento.
  5. Apostar na educação pública e na cultura, promovendo o acesso de todos, valorizando e apoiando os seus agentes, realçando e potenciando Évora-27 Capital Europeia da Cultura e revertendo a extinção da Direcção Regional de Cultura.
  6. Colocar a ciência e a tecnologia ao serviço das populações o que passa pela promoção de uma política pública de investimento na investigação científica, combatendo a precariedade dos investigadores e a financeirização do sector.
  7. Qualificar o território com equipamentos públicos que promovam a qualidade de vida das populações e garantir o direito à habitação a custos acessíveis.
  8. Melhorar as vias de comunicação, garantindo que a mobilidade é efectivamente um direito das populações do Alentejo e uma realidade para o sector económico, concretizando investimentos concretos na rodovia, com o cumprimento do Plano Rodoviário Nacional 2000, e na ferrovia.
  9. Defender os recursos naturais e o ambiente, que passará por uma adequada gestão e defesa do solo, pela protecção do montado, por assegurar que a gestão da água permanece na esfera pública, por uma rede de infraestruturas hidráulicas com gestão pública, pela disponibilização de recursos para investimento no ciclo urbano da água e pelo desenvolvimento do sector energético.
  10. Colocar a agricultura ao serviço da região e do país, desenvolvendo-a de forma sustentável com objectivos centrais como a soberania alimentar, o desenvolvimento rural e o equilíbrio demográfico, através de uma política assente numa reforma agrária que altere profundamente a estrutura fundiária, na diversificação das culturas agrícolas, na valorização dos trabalhadores e das suas condições de trabalho e na criação de um programa de avaliação e controlo da utilização superintensiva do solo agrícola.
  11. Colocar os investimentos estruturantes, como o Alqueva, o Complexo de Sines, o Aeroporto de Beja e a Barragem do Crato/Pisão, ao serviço de todos, assegurando que os mesmos servem de âncora ao desenvolvimento da região.
  12. Diversificar a base económica da região, através dos recursos locais que têm de ser potenciados e também através do apoio ao comércio de proximidade, aos circuitos curtos de produção e comercialização.”