A Comissão Política do PSD de Elvas vem, através de comunicado envido à nossa redação, demonstrar a sua preocupação pelo facto de “locais de considerável importância histórica em Elvas, serem, consecutivamente, arrasados, esperando que o município cumpra o seu papel na salvaguarda patrimonial do Monte de Santo António na Terrugem, aquando das obras do novo loteamento”.
O comunicado para ler na íntegra:
“A Comissão Política Concelhia do PSD Elvas vem demonstrar a sua preocupação por, consecutivamente, serem arrasados locais de considerável importância histórica em Elvas, com a justificação camarária de não serem património protegido, classificado ou em vias de classificação. Por outras palavras, como esses locais não dispõem de proteção legal, o executivo municipal considera que este património é de importância histórica pouco significativa! Assim assistimos ao derrube em maio de 2021 da Capela da Quinta do Morgadinho e em setembro de 2023 da Ruínas da Atalaia da Fonte Branca ou, também denominada, Fonte Sagrada.
Inaceitável numa cidade que ostenta o título de Património Mundial ter uma governação que permita o desaparecimento destes bens públicos, e que coloca em causa a nossa classificação de Património Da Humanidade, perante a UNESCO. Devíamos ser um Município exemplar, a nível mundial, da gestão correta do seu Património Cultural e, pelo contrário, aparecemos pontualmente em toda a comunicação social, dando o pior dos exemplos nesta gestão! Os governantes de Elvas têm o dever moral e ético de proteger todos os bens culturais existentes no nosso Concelho de Elvas, estejam eles classificados ou não.
Por termos essa preocupação, uma das propostas apresentadas ao presidente da Câmara Municipal de Elvas para o Orçamento e Grandes Opções do Município para 2024 foi, precisamente, a realização das Cartas Municipais Do Património, que visam a identificação de todos os bens patrimoniais (arqueológicos, imateriais, gastronómicos, entre outros) e em que estas funcionam como instrumento de inventário e mapeamento de valores patrimoniais, bem como instrumento operativo a integrar no processo de gestão e planeamento municipal.
Na reunião de câmara de dia 11 de outubro de 2023, foi aprovado o loteamento do Monte de Santo António na Terrugem. Como a população mais idosa da Terrugem diz: – Foi ali que nasceu a Terrugem! O que é certo é que na área do loteamento é sobejamente conhecida a existência de vestígios arqueológicos, inclusive foi ali recolhida uma colher de prata com uma inscrição cristã, que é um achado único no território português e poderá eventualmente ser local de enterramento de um mártir cristão.
Posto isto, e face à importância do Monte de Santo António na Terrugem a nível arqueológico e histórico, esperamos que a autarquia cumpra o seu papel na salvaguarda patrimonial e aquando das obras do loteamento, as mesmas tenham acompanhamento arqueológico!”