É proposto haver árvores em jangadas e barcos em Alqueva

O vencedor do concurso Archi’Nature 2022 foi Ivo Andrade, com o projeto “Itinerários pelo entendimento do que nos rodeia”. Este projeto pretende sensibilizar para a importância e contribuição da árvore no equilíbrio dos ecossistemas, através da criação de uma paisagem cénica de árvores dentro de jangadas e barcos, junto às margens do Lago Alqueva.

A proposta aponta para que as jovens árvores, de espécies autóctones e adaptadas ao clima da região, permaneçam nas jangadas e barcos presos com cordas às margens do lago até ao outono do próximo ano, altura em que sejam plantadas no local definitivo, juntamente com uma placa informativa sobre o projeto destacando a sua importância no ecossistema.

O concurso Archi’Nature 2022, organizado pelo Município de Reguengos de Monsaraz, foi subordinado ao tema “Perto da Minha Árvore – Diálogos entre espaços humanos e biodiversidade” e teve quatro candidatos. O projeto de Ivo Andrade obteve a melhor avaliação do júri, composto pelos parceiros do Festival Archi’Nature, por um representante da autarquia e outro de uma associação local, sendo premiado com 1500 euros para cobrir custos associados à participação e realização da obra.

Ivo Andrade é um artista que realiza exposições desde 2006 e incorpora, no seu trabalho, o uso de diferentes disciplinas e materiais, desde fotografia, desenho, pintura, vídeo, instalação e projetos site-specific, trabalhando temas como os dispositivos de mediação do real, vacuidade e condição humana, mas também questões ligadas aos ecossistemas e modos de vida sincronizados com a natureza e os seus ciclos.

O artista refere que, neste projeto vencedor do concurso Archi’Nature 2022, “para além da sensibilização da importância das árvores através da criação desse cenário fora do comum e estranho, essas árvores serão posteriormente plantadas em diferentes pontos das margens do Alqueva, devidamente identificadas, desempenhando o seu papel no ecossistema e contribuindo para este de uma forma impercetível aos nossos olhos. É assim a realização de uma viagem (em duplo sentido) que se propõe: uma viagem das árvores até ao seu local de plantação definitivo e uma viagem das nossas consciências rumo a uma maior perceção sobre a preservação do meio ambiente, através destas árvores que passaremos a chamar nossas”.