A Polícia de Segurança Pública deu início esta segunda-feira, dia 11, à operação anual “A solidariedade não tem idade – A PSP com os idosos”, na sua área de responsabilidade em Portugal Continental e totalidade das Regiões Autónomas.
Esta operação tem por objetivo contactar e dialogar diretamente com os cidadãos com mais de 65 anos, visando detetar casos de fragilidade social, vulnerabilidade física e psíquica comprometedores da segurança e casos de suspeita de crimes de violência doméstica ou outros contra a vida ou integridade física, promovendo de imediato o necessário apoio e prevenindo a problemática do isolamento social em articulação com outras entidades, parceiras da PSP e com capacidade de intervenção neste domínio.
Esta iniciativa, que tem este ano a 11ª edição e decorre até final de setembro, encontra-se inserida na estratégia global da PSP de policiamento de proximidade.
Sabe-se que o sentimento de insegurança incide de forma particularmente relevante sobre a população mais idosa, tanto em função das vulnerabilidades físicas, psíquicas e mentais que com a idade se vão agravando, com a consequente perda de autonomia e colocando estes cidadãos como vítimas preferenciais e menos aptas à autodefesa em relação a crimes contra o património (roubo, burla, extorsão), contra a liberdade pessoal (ameaça, coação, sequestro) e contra a integridade física (ofensa à integridade física, violência doméstica, maus-tratos) mas, igualmente, através da sensação de abandono (solidão), da própria consciência das suas vulnerabilidades e da incapacidade para autonomamente as superar, que agravam o risco de (re)vitimização. A estas vulnerabilidades somam-se, pontualmente, as de cariz económico, materializadas em frágeis condições de habitação, higiene, saúde pública, saúde individual (muitas vezes dependentes de medicação regular) ou alimentação. Todas estas condicionantes, sem um círculo familiar ou de vizinhança próximo e atento, potenciam situações de anonimato (sofrimento em silêncio) que inviabilizam eventuais intervenções de cariz assistencial e que a PSP, tanto por intermédio desta operação nacional, como por intermédio do trabalho diário do policiamento de proximidade, pretende reverter, contribuindo para reforçar a segurança destes cidadãos.
De acordo com os resultados provisórios dos Censos 2021, agravou-se o fenómeno do duplo envelhecimento da população idosa, com o aumento expressivo da população idosa e a diminuição da população jovem. Em 2021, a percentagem de população idosa representa 23,4% do total, enquanto a dos jovens (0-14 anos) é de apenas 12,9%.
Enquanto Força de Segurança pioneira no policiamento de proximidade em Portugal, no âmbito das suas competências genéricas de prevenção da criminalidade e, especificamente, na proteção e promoção da segurança dos especialmente vulneráveis e, particularmente durante a situação epidemiológica do último biénio, a Polícia de Segurança Pública tem melhorado a coordenação e reforçado a parceria com o Instituto de Segurança Social, quer a nível local através do aumento de fiscalização nos lares de idosos, quer com a assinatura de um novo protocolo: Estatuto do Cuidador Informal, domínio no qual já foram especificamente formados 395 polícias.
Nos últimos 3 anos a PSP realizou cerca de 22 mil ações de sensibilização e cerca de 29 000 contactos individuais de prevenção criminal. Dos idosos contactados, sinalizamos cerca de 2 300 às entidades parceiras nas redes sociais locais, prevenindo o agravamento dos riscos identificados e reforçando a rede de apoio que melhore objetivamente as condições de segurança de cada uma dessas pessoas.
Complementarmente, a PSP continua a disponibilizar o programa Estou Aqui Adultos, iniciado em 2015 com a Fundação Altice, primordialmente destinado a pessoas com potencial de perturbação da referenciação espácio temporal.
Esta ferramenta de segurança permite promover o reencontro célere da pessoa aderente com a respetiva família ou instituição de apoio.
Pode ser encontrada informação adicional e aderir ao programa aqui.
Finalmente, a PSP recorda que todos os cidadãos podem denunciar qualquer suspeita de crime, especialmente se direcionados contra pessoas idosas, através dos endereços eletrónicos violenciadomestica@psp.pt e proximidade@psp.pt ou por contacto direto nas esquadras.