A guerra que se vive na Ucrânia, e que tem levado milhares de pessoas a fugir para países fronteiriços, tem gerado diversas campanhas de solidariedade.
Exemplo disso é o facto de, tal como tínhamos noticiado anteriormente (ver aqui), dois colaboradores da emprega GCI, da qual o elvense Bruno Batista é CEO, depois de uma campanha de recolha de edredons, levada a cabo pela mesma, em Lisboa, rumaram até à fronteira da Polónia com a Ucrânia para trazer um grupo de refugiados.
Bruno Batista revela que, nessa ação, a sua equipa “apercebeu-se da história de uma menina de dois anos, que estava com a mãe, a duas horas da fronteira com a Polónia e que só tinha insulina para uma semana; assim, foram numa carrinha de nove lugares com bens e chegam hoje a Portugal”, com um grupo de 14 pessoas, porque, segundo diz são “incapazes de virar as costas”. Bruno Batista conseguiu também apoio governamental e garante que será feita toda a integração das pessoas com NIF e sistema nacional de saúde.
Depois da divulgação feita por si, nas redes sociais, várias pessoas em Elvas mobilizaram-se para que um autocarro possa trazer ainda mais refugiados. “Elvas tem um coração do tamanho do mundo, porque muitas pessoas se mobilizaram, desde a primeira hora, como o Pedro Ortiz, o Joaquim Valadas, a Rosário, que encontrou o melhor preço para o autocarro, o João Artilheiro, o Luís Pinheiro, a Cláudia Brotas, e conseguimos começar uma onda solidária para mandar um autocarro”.
O elvense realça a “capacidade de mobilização” das pessoas de Elvas, para integrar igualmente estas pessoas, sendo que pelo menos duas famílias ucranianas ficarão em Elvas. “O Joaquim Valadas já tem duas carrinhas e casa para duas famílias ucranianas que já estamos a localizar; têm sido incansáveis e vamos conseguir ajudar mais pessoas e paralelemente também estamos em contacto com empresas que se disponibilizaram para trazer mais pessoas para Portugal”.
A equipa de Elvas sai este domingo, com duas carrinhas, e vai trazer as duas famílias para a cidade. Bruno Batista garante ainda que é importante que estas pessoas “se integrem, quando chegarem ao nosso país”, pelo que têm procurado grupos de pessoas que tenham ligações a Portugal, estando “a trabalhar para que estas pessoas tenham emprego”.
É agora necessário trazer um total de 44 pessoas, que já estão sinalizadas e se encontram na fronteira da Polónia com a Ucrânia.
Pedro Ortiz, pessoa que está, de certa forma, a coordenar esta ação, em Elvas, afirma que, após alguns contactos, perceberam que para fazer a viagem eram necessários dez mil euros, para trazer estas pessoas para Portugal. “Através de um contacto que tenho em Elvas, uma senhora, que organiza viagens, deu-me o contacto de uma empresa do norte que nos poderia fazer um preço em conta, porque chegámos à conclusão que para fazer oito mil quilómetros, num autocarro de longo curso, com todas as condições, precisávamos de dez mil euros”.
Por isso, foi aberta uma conta solidária, em nome de Pedro Ortiz para conseguirem atingir esse valor, onde “não caem mais donativos do que os necessários e assim que se atingirem os dez mil euros, a mesma será fechada. Pedimos o apoio de todas as pessoas, para conseguir juntar esse valor e trazer essas pessoas”.
Estas pessoas já têm um local para ficar, uma vez que têm família no nosso país. Há, pelo menos, três pessoas que têm família em Elvas e ficarão na cidade. Pedro Ortiz adianta ainda que “há uma empresa, em Campo Maior, que se disponibiliza a dar trabalho, a quem precise, apesar das pessoas irem para as zonas onde têm família a residir”.
“Neste momento, o que é mesmo necessário transporte para estas pessoas e organizar tudo da melhor forma. Falámos com socorristas dos bombeiros e estamos em contacto com a Proteção Civil, para levar técnicos no autocarro para acompanhar as pessoas e só falta mesmo que as pessoas nos ajudem a atingir essa verba”, remata Pedro Ortiz.
Que quem quiser ajudar nesta ação que pretende trazer 44 refugiados ucranianos, de autocarro, para o nosso país, pode fazê-lo através do seguinte IBAN: PT50 0045 6163 4035 3417 6398 1.