Política elvense em evolução contínua

Após os primeiros quatro meses de mandato, já começa a haver muitas novidades na Câmara Municipal de Elvas.

Vamos aos factos:

 

 

  1. A 8 de outubro, o comendador Rondão Almeida reúne o executivo unânime, com a saída de Nuno Mocinha, os três vereadores do PS e a vereadora do PSD/CDS assumem pelouros. O sonho de Rondão concretiza-se, sete mandatos em sete eleitos, todos a seu lado;
  2. No final de dezembro, o episódio dos seis milhões do PRR faz estalar o verniz, com a atribuição de culpas ao anterior executivo;
  3. Quase em paralelo, surge a notificação da queixa da nomeação da chefe de Gabinete do presidente da Câmara, devido ao incumprimento da lei sobre nomeação de familiares por detentores de cargos políticos. Um queixa anónima tinha sido feita ao Tribunal de Castelo Branco;
  4. Pelo meio, António Costa vem a Elvas pedir apoio a Rondão Almeida, decisivo pela margem mínima da eleição, a 30 de janeiro, do segundo deputado pelo PS no distrito;
  5. Após as tréguas legislativas, Rondão anuncia na Rádio ELVAS, o investimento de 15 milhões num restaurante e hotel;
  6. Logo de seguida, no sábado dia 5, o PS de Elvas comunica que o investimento vem do tempo do executivo Mocinha e dá a entender que a agitação politica ia voltar;
  7. Ontem, Cláudio Monteiro, presidente da concelhia de Elvas do PS e braço direito, número dois da lista de Nuno Mocinha nas autárquicas de setembro último, renuncia aos pelouros atribuídos pelo comendador Rondão;
  8. Na mesma noite, a Comissão Politica Concelhia de Elvas dos socialistas fica a saber que Nuno Mocinha vai regressar à Câmara, para exercer o seu mandato de vereador sem pelouros. A oposição ganha forma com dois vereadores PS;

Estes são os factos políticos e agora estas as possíveis evoluções, entre outras:

– Rondão Almeida continua a ter maioria, agora com mais utilidade da vereadora eleita pelo PSD/CDS, pois não se sabe se a vereadora Vitoria Branco (PS) vai renunciar aos pelouros;

– Na Assembleia Municipal, o Movimento do comendador não tem maioria e pontualmente vai haver espaço para a oposição se manifestar e fazer alguns braços de ferro, testando os apoios de Rondão;

– Na concelhia do PS de Elvas, Nuno Mocinha vai-se candidatar, mas também enfrentar outra lista. Será esta lista apoiada/influenciada por Rondão Almeida?

– Uma derrota de Mocinha nas concelhia abre as portas à unificação do Movimento da Espiga com o PS e o regresso sonhado de Rondão às fileiras socialistas, mais à frente no tempo;

– A vereadora do PSD deverá perder o apoio do CDS que não consegue “engolir” a aceitação de pelouros por parte de Paula Calado;

– E a maior incógnita será saber se, ainda dentro desta legislatura, será conhecido o resultado da queixa em Tribunal contra o presidente comendador Rondão Almeida e que consequenciais terá para o futuro. Num cenário de sentença negativa, já Rondão Almeida antecipou em entrevista na Rádio ELVAS como fará: sai da Câmara, passa a vice-presidente Anabela Cartas a assumir a presidência e Rondão assume papel de consultor.

– No pior cenário, pode vir-lhe à memória que nem sempre o número dois faz aquilo que o numero um quer que se faça…