Encerrada há ano e meio, Sociedade de Santa Eulália pode reabrir em breve

A Sociedade Recreativa, Popular e Desportiva Juventude de Santa Eulália, uma das coletividades mais antigas do concelho de Elvas, já com quase 102 anos de existência, encontra-se de portas encerradas há mais de ano e meio, depois de ter ficado sem órgãos sociais.

Com o objetivo de tentar inverter a situação, o presidente da Câmara Municipal de Elvas, José Rondão Almeida, reuniu, no mês passado, com alguns sócios da coletividade, tendo saído desta reunião, como explica, uma comissão administrativa, agora responsável, não só por se apresentar a sufrágio, bem como de preparar a futura Assembleia Eletiva. “As pessoas gostaram daquilo que ouviram, ficaram sensibilizadas e dali nasceu uma comissão de sete elementos para tratar do processo eleitoral, que neste momento está a fazer aquilo que ficou determinado nesta dita assembleia”, adianta o autarca.

Rondão Almeida assume que as eleições no seio da Sociedade Recreativa de Santa Eulália poderão vir a realizar-se dentro em breve, sendo que a comissão administrativa tem procurado sempre manter-se em contacto com a autarquia, para saber com que ajudas pode contar. “A Câmara de Elvas está sempre preocupada com uma associação que tem mais de um século de vida e onde a Câmara, na minha altura, investiu bastante, para que a sua sede fosse totalmente renovada”, recorda. Santa Eulália, diz ainda Rondão Almeida, é uma freguesia que merece “toda a atenção” do município, sendo que, o principal objetivo, com a reabertura da coletividade, diz respeito à necessidade de se voltar a mobilizar a população, entre outros, para as áreas da cultura e do desporto.

Já a presidente da Junta de Santa Eulália diz ser “uma pena” a Sociedade estar encerrada. Apesar de ter uma “quantidade grande de sócios”, quase todos eles têm uma idade já avançada, pelo que, confessa Ana Sofia Alves, não foi fácil encontrar gente que se mostrasse disponível para criar uma direção.

A ajuda do presidente da Câmara de Elvas, não tem dúvidas a presidente da junta de freguesia, foi crucial para se conseguir reunir as condições necessárias, entre os cerca de 30 sócios presentes na reunião, à constituição da atual comissão administrativa. Agora, é esta comissão a responsável por afixar o edital em que se apresentem datas para a apresentação de listas de sócios candidatas à direção da coletividade.

Com esta Comissão Administrativa, que já formou uma lista para se candidatar aos órgãos sociais, Ana Sofia Alves tem esperança que mais possam surgir. “Poderão existir novas listas, porque quando uma surge, começa a despertar o interesse noutros e Deus queira que sim. Quanto mais listas houver, mais sócios disponíveis para reabrir a sociedade no seu melhor”, assegura.

Por enquanto, a coletividade continua encerrada, até porque sem uma eleição, a atual Comissão Administrativa não pode reabrir as portas da sociedade. Até agora, não há ainda uma data definida para a eleição dos novos órgãos sociais.

Toda esta situação, garante ainda Ana Sofia Alves, acaba por ser uma desvantagem, quer para os mais velhos, como para os mais novos, dada a quantidade de valências da sociedade. Os idosos e reformados, sobretudo, encontravam naquele espaço uma forma de quebrar o isolamento em que muitos vivem, servindo quase como um “centro de dia”. Já os mais jovens, para além do bar, tinham também ao seu dispor vários eventos, passeios, para além dos tradicionais jogos de futebol. “É uma coletividade que traz mais-valias para Santa Eulália e é muito triste vê-la fechada”, remata.