A obra do Aproveitamento Hidroagrícola do Xévora, no concelho de Campo Maior, é um dos investimentos anunciados pelo Governo, no âmbito do Programa Nacional de Regadios, depois da barragem do Abrilongo ter sido concluída em 1999.
De acordo com a FENAREG, esta obra de regadio foi considerada projeto prioritário no PDR2020, com um investimento aprovado de 21 milhões de euros e conclusão prevista para janeiro de 2021, no entanto, a primeira pedra ainda não foi lançada. José Núncio, presidente da associação, não compreende a razão destes atrasos e do silêncio por parte do Governo que não dá qualquer explicação sobre o assunto. “Trata-se de uma obra fundamental para a região e também a nível nacional. Numa altura em que temos em cima da mesa a questão das alterações climáticas, termos uma obra que iria permitir uma evolução enorme ao nível da eficiência do uso da água de rega, não compreendemos a razão dos atrasos”.
O responsável garante que “o Ministério da Agricultura anuncia milhões de investimentos e no campo não é isso que vemos”. José Núncio refere que a justificação apresentada, até ao momento, “é que há uma questão relacionada com um parecer vindo de Espanha, dada a localização fronteiriça da rede de rega, algo que não faz sentido uma vez que esta rede ficaria instalada apenas em território português”.
De recordar que o Programa Nacional de Regadios prevê a criação e modernização de 90 mil hectares de regadio até 2024. No entanto, de acordo com a FENAREG, muitos dos projetos aprovados ainda não avançaram para a fase de obra e falta lançar a concurso perto de um quarto do investimento público total anunciado pelo Governo, de 560 milhões de euros, para financiamento do programa.
