Zaratan quer dar nova vida à Praça de Touros de Azaruja

Aquela que é referida por alguns estudiosos como a primeira praça de touros portuguesa edificada pode vir a dar lugar, em breve, a um novo centro artístico e cultural, em Azaruja, no concelho de Évora.

A praça de touros está agora sob a alcança da Zaratan, uma associação de arte arte sediada em Lisboa, que tem vindo a realizar, desde a sua fundação, há cerca de sete anos, centenas de exposições, residências artísticas e concertos. “Somos um grupo de cerca de vinte artistas, que se reuniram e decidiram criar um espaço de arte, que está sediado junto ao Parlamento, e temos uma galeria de arte e um espaço de eventos paralelos”, explica um dos membros da direção, José Chaves.

Ao longo destes últimos anos, a Zaratan começou a procurar um outro espaço, onde fosse possível realizar eventos com a participação de mais pessoas, dado o tamanho da sua sede. É aí que surge a praça de touros de Azaruja. Apesar de inicialmente se ter pensado o projeto como impossível e megalómano, os membros da direção da Zaratan acabaram mesmo por assinar um contrato de comodato com os atuais proprietários daquela arena, para usufruto da mesma como espaço cultural.

Agora, e tendo em conta que a praça está vazia e em ruínas há mais de uma década, é necessário levar a cabo um conjunto de obras. A praça, ainda assim, revela José Chaves, não virá, no futuro, a acolher as tradicionais corridas de touros. “A própria estrutura que queremos implementar não o vai permitir”, adianta.

Para conseguir angariar o dinheiro necessário para a obra, prevista em 250 mil euros, a Zaratan tem a decorrer uma ação de crowdfunding que, até à data, já serviu para reunir mais de quatro mil euros. “Todo o dinheiro, seja cinco, dez euros, vai diretamente para a reconstrução da praça”, garante José Chaves, que adianta ainda que essa mesma obra será realizada em três fases.

“O valor que a Zaratan já tem reunido, através de sócios e mecenas, permite iniciar as obras logo que nos seja dada a luz verde, a única diferença é que, em vez de fazermos em sete a dez anos a recuperação da praça, vamos conseguir, se atingirmos as metas do crowdfunding, em dois a três anos, o que seria perfeito”, assegura o membro da direção da associação.

José Chaves garante ainda que este futuro espaço dedicado à cultura irá, sem sombra de dúvidas, dar outra vida, a vários níveis, à Azaruja: económica, social e cultural. “Irá colocar a Arajuza no mapa, não só das artes em Portugal, mas das artes mundiais. Nós temos muitos artistas que já vieram, em residência artística, à Zaratan, que querem, quando a praça estiver preparada, vir trabalhar e criar na Azaruja”, remata.

A Zaratan prepara agora uma candidatura a financiamentos nacionais e europeus, contando desde o ano passado com o apoio governamental da Direção-Geral das Artes. Quem quiser contribuir e ajudar a Zaratan a angariar o dinheiro necessário para reconstrução da praça de touros de Azaruja deve consultar o site da associação, em zaratan.pt.