Novo volume dos “Livros de Muitas Cousas” lançado em Vila Viçosa

Um novo volume da coleção “Livros de Muitas Cousas”, da Fundação da Casa de Bragança, é lançado este sábado, dia 25 de fevereiro.

Trata-se do 14º volume da coleção, da autoria de Andreia Fontenete Louro, e tem como título “As festas de casamento do Infante D. Duarte e D. Isabel de Bragança”.

O lançamento irá decorrer no Paço Ducal de Vila Viçosa, a partir das 16 horas, com apresentação a cargo da professora doutora Ana Isabel Buescu.

Sobre o “Livro de Muitas Cousas – Volume 14”

Em abril de 1537, Vila Viçosa recebeu algumas das festas mais sumptuosas que o reino de Portugal alguma vez tinha visto. Duarte, filho de D. Manuel I e da rainha D. Maria, e Isabel, filha de D. Jaime, 4.º duque de Bragança, reuniram-se em casamento, unindo política e estrategicamente a Casa Real e a Casa de Bragança, a mais importante casa aristocrática da época.

As negociações duraram muito tempo, com hesitações e regressões, porque D. João III e os duques D. Jaime e D. Teodósio, não conseguiam chegar a um acordo sobre o valor do dote da noiva. Eventualmente, a Casa de Bragança aceitou o desmembramento do Ducado de Guimarães, parte essencial dos seus rendimentos, do seu património.

O contrato de casamento foi assinado em agosto de 1536, transformando Duarte, marido de Isabel, no 5.º duque de Guimarães. A partir desse momento, D. Teodósio começou a preparar a sua Casa e Vila Viçosa para as celebrações de casamento. Ordenou a construção de uma nova ala do Paço Ducal, com novas e melhores acomodações e a renovação da área circundante. Encomendou tapeçarias e outros têxteis opulentos e deu novas librés a todos os seus criados. Com várias semanas de antecedência, começou a comprar provisões e a fazer os preparativos relacionados com várias iguarias.

Através de sete descrições e de um poema laudatório, reconstruiu-se, analisou-se e discutiu-se este momento festivo, a evolução arquitetónica do palácio, dos têxteis, do vestuário e da mesa, mostrando como a combinação destes elementos tinha um propósito muito específico: a exibição do poder pessoal do duque D. Teodósio e o poder senhorial da Casa de Bragança, tanto a nível nacional como internacional.