Pinturas rupestres de Esperança alavancam turismo de Arronches

Ciente do atraso que Arronches enfrenta, em comparação a outros concelhos da região, na área do turismo, o presidente da Câmara, João Crespo, não tem dúvidas que “há muito a fazer” e a explorar ao nível desse importante motor de desenvolvimento.

Tendo a freguesia de Esperança uma das maiores manchas de pintura rupestre da Península Ibérica, é por aí que a autarquia quer começar a alavancar o turismo do concelho, sendo esta uma das suas “grandes potencialidades”. “É um aspeto que foi, em tempos, trabalhado, mas que depois deixou de ser”, recorda o autarca.

“Há aqui necessidade de trabalhar muito essa área, e nós estamos empenhados em dar início. Aliás, já fizemos alguns contactos com uma instituição de ensino superior para que possamos protocolar o retomar desses estudos arqueológicos no nosso concelho, nomeadamente no estudo das pinturas rupestres, mas também de outros vestígios arqueológicos”, adianta João Crespo.

Muito recentemente, foi descoberta no Monte do Rebôlo, em Arronches, pelos proprietários do terreno, uma estátua-menir antropomórfica, que, após uma primeira observação efetuada por um arqueólogo especializado no assunto, se julga ser da Idade do Bronze, à semelhança da que foi encontrada em Esperança no início do século passado.

Não sendo o turismo arqueológico de massas, poderá, ainda assim, diz João Crespo, aportar alguma riqueza para o concelho. “É um turismo muito focado em públicos específicos, são pessoas que vêm, que ficam por alguns dias e que deixam aqui também algum dinheiro, importante para as empresas da área”, remata.

Situado no meio de um pinhal, na encosta da Serra de Louções, o Abrigo rochoso de Vale de Junco, ou Lapa dos Gaivões, em Esperança, foi classificado como “Monumento Nacional” em 1970, devido ao conjunto de pinturas rupestres executadas maioritariamente a ocre vermelho nas suas paredes interiores.