Crianças sozinhas ao almoço na Escola da Boa-Fé? Paula Rondão desmente

Foi feita esta quarta-feira, 11 de maio, uma denúncia à Rádio ELVAS de que um grupo de alunos de primeiro ciclo da Escola da Boa-Fé estaria totalmente sozinho, por sua conta e risco, durante a hora de almoço, naquele estabelecimento de ensino, depois de uma assistente operacional ter terminado o seu contrato na passada sexta-feira e, até então, não ter ainda sido substituída.

Hoje, Palmira Moura, a queixosa e avó de uma criança de segundo ano, de oito anos, alega que foi arranjada uma solução, uma vez que fez questão de anunciar à professora do neto, que daria conta do seu descontentamento, perante a situação, através dos microfones da rádio. “As crianças estão aqui até às 14 horas sozinhas e a professora foi ao refeitório, onde arranjaram uma rapariga para vir agora aqui. Como sabiam que vinha cá a Rádio ELVAS, agora até dentro da sala estão, quando andam sempre sozinhas aqui fora”, alega.

Esta encarregada de educação adianta que as crianças chegam a ficar ao cuidado do porteiro da escola e que reuniu ontem com a diretora do agrupamento, Paula Rondão, que lhe terá dito que não era possível arranjar uma auxiliar “de barro”. “Agora não sei se em Elvas não há gente para trabalhar”, diz ainda, revoltada, esta avó.

“Ainda hoje vim aqui de manhã, às 11 horas, e as crianças estavam com o porteiro. O porteiro não pode estar a cuidar das crianças, porque se é chamado ao portão, as crianças ficam sozinhas”, acrescenta. Mesmo o porteiro, garante Palmira, sai para almoçar, quando as crianças estão no intervalo maior, entre as aulas da manhã e da tarde, período em que os alunos acabam por ficar sozinhos.

A Rádio ELVAS procurou respostas junto da diretora do Agrupamento de Escolas nº 1 de Elvas, Paula Rondão, que estranha a queixa apresentada, uma vez que ontem, quando estiveram reunidas, Palmira Moura ter-se-á mostrado “compreensiva” com a situação, garantindo ainda que as crianças estão sempre aos cuidados de funcionários, mesmo após a saída de outros. “Nunca poderia ser verdade, porque seria uma completa irresponsabilidade, se isso acontecesse”, começa por dizer.

A diretora explica que, na semana passada, duas funcionárias, ao abrigo do programa de Ocupação Municipal Temporária e Solidária (OMTS), arranjaram emprego. Não se conseguindo, de “um dia para o outro, fazer-se a substituição”, adianta Paula Rondão, foram mobilizadas outras funcionárias, de outros estabelecimentos, para colmatar essas duas faltas.

“As crianças não estão sozinhas, durante a hora de almoço. Não existe apenas um funcionário na hora de almoço, mas é claro que o rácio estabelecimento pelo Ministério da Educação está muito aquém daquilo que nós gostaríamos, mas isso é uma política educativa, a nível governamental (…), mas as crianças estão devidamente acompanhadas”, garante Paula Rondão. “O desejável era ter um funcionário por cada grupo de dez crianças, mas isso não acontece em lado nenhum. Mas as crianças estão acompanhadas e não estão sozinhas com o porteiro. Isso não é, de todo, verdade”, acrescenta.

Relativamente à alegada solução encontrada hoje, depois de Palmira dizer que faria queixa à Rádio ELVAS, Paula Rondão garante que são “falsas declarações”. “A funcionária que foi deslocada, para acompanhar as crianças, não foi hoje, mas ontem. Não foi por causa da senhora dizer que ia fazer queixa à rádio. Isso não é verdade”, frisa a diretora. “Não foi tendo em conta uma chantagem que tivemos essa atitude. Aliás, para mim, este tipo de queixas, em nada resultam e em nada funcionam”, diz ainda, assegurando estar sempre disponível para encontrar soluções para problemas como este junto dos encarregados de educação.