Marcantonio Del Carlo partilha 32 anos de teatro em Campo Maior

Marcoantonio Del Carlo está este fim de semana em Campo Maior para, no Centro Cultural da vila, e no âmbito daquele que é o Mês do Teatro, promovido pelo município, ensinar e partilhar os seus conhecimentos sobre aquilo que é ser ator.

O ator revela que, neste workshop, partilha, acima de tudo, aquilo que tem aprendido ao longo dos seus 32 anos de carreira. Esta formação começou em janeiro, estando previsto passar, por um total de 22 localidades. “É muita estrada e é, acima de tudo, uma partilha daquilo que eu aprendi ao longo destes anos de carreira, não só como ator e encenador, mas também como formador”, revela.

Há cerca de 28 anos que Marcoantonio Del Carlo dá formação nas áreas do teatro, da expressão dramática e da voz, pelo que, neste workshop, “há um bocadinho de tudo”. O ator tem ainda por objetivo passar a mensagem de uma sensibilização para a área da representação. “As pessoas, às vezes, olham para os atores e acham que estar em palco ou à frente de uma câmara é simples. E não é”, assegura.

Por onde já passou, com este workshop, o ator garante que têm retido momentos de “grande convívio”, ficando “grandes grupos de trabalho”, onde volta, sempre que lhe pedem. “É uma grande experiência humana também”, diz ainda.

Numa altura em que muitos, sem formação, assumem papéis em novelas, sobretudo, Marcoantonio Del Carlo garante que “sem talento, não há atores”, mas que o talento, só por si, “não chega”. Quanto ao teatro amador, que em Campo Maior vai ganhando cada vez mais adeptos, como qualquer outro tipo de arte performativa, desde a música, passando pela dança, o ator garante que, sobretudo, em zonas do interior ou mais pequenas, “é fundamental” para valorizar a própria comunidade. “Não podemos viver só de futebol. Tudo o que é dinamizar a cultura de uma cidade, de uma aldeia, de uma comunidade, acho que valoriza a própria comunidade, porque faz com que a comunidade reflita sobre os seus valores”, comenta.

Quanto à iniciativa do Mês do Teatro, em Campo Maior, para o ator, um mês dedicado a esta arte “é pouco”. Ainda assim, diz-se apenas “um mero operário da cultura”, cabendo aos próprios municípios decidir e ponderar se estas iniciativas se devem, ou não, estender ao longo de todo o ano.

O workshop tem início esta tarde, decorrendo até amanhã, no Centro Cultural de Campo Maior.