Sem escolas, Monte Selvagem sobrevive com menos visitas

O Monte Selvagem, apesar das sérias dificuldades que enfrentou e continua a enfrentar, devido à situação pandémica que assolou o país, tem-se vindo, aos poucos, a reerguer e a procurar manter-se à tona.

Sem fonte de receita com as bilheteiras, durante largos meses, chegou a pensar-se que seria o fim daquele parque temático, da responsabilidade empresa familiar que Ana Paula Santos gere. A verdade é que, segundo a diretora do espaço, situado em Lavre, no concelho de Montemor-o-Novo, “ninguém estava preparado” para uma situação destas, sendo que, agora, é necessário “fazer a diferença”, procurando manter sempre a qualidade.

“Nós, apesar de não acolhermos tantas espécies como gostaríamos, temos dado às pessoas um parque de qualidade, que as pessoas se sentem bem acolhidas. Podem trazer o seu piquenique, passar o dia connosco. Depois do confinamento, as pessoas estiveram muito afastadas dos avós e temos assistido aqui a reencontros com os avós, ao ar livre, verdadeiramente maravilhosos”, conta Ana Paula Santos.

O parque ressente-se agora da não existência de visitas de estudo, ainda que, garante Ana Paula Santos, a maioria das pessoas que visitam o Monte Selvagem, por esta altura, dizem querer repetir a experiência. “Isso é o que nos motiva todos os dias”, assegura.

Agora, revela a responsável, é necessário “viver com menos e com menos visitantes”. “Nós tínhamos um público maioritariamente escolar, mas as escolas não estão, simplesmente, a marcar visitas de estudo”, adianta.

Ana Paula Santos confessa que o encerramento do parque chegou a ser ponderado, sobretudo durante o primeiro confinamento: “pensámos em desistir, em despedir, mas depois, ao fazer contas, vimos que ficava mais ou menos ela por ela. O drama era igual”. As contas a saldar com fornecedores iriam continuar a ser um problema, adianta, com o parque aberto ou fechado, pelo que optou por manter o parque aberto.

Na pior altura, revela ainda Ana Paula Santos, o Grupo de Forcados Amadores de Coruche e o Safari Clube de Caçadores acabaram por ajudar o Monte Selvagem a manter-se de pé, com importantes doações de alimentos.

O Monte Selvagem, um dos mais característicos espaços nacionais de alojamento e proteção da biodiversidade e de contacto com o meio natural em Portugal, com mais de 300 animais, de 30 espécies, está aberto de terça-feira a domingo. As entradas no parque variam entre os 12 e os 14 euros.