Paulo de Carvalho e Hammond Project encerram Art Jazz Festival de Elvas

Paulo de Carvalho junta-se, enquanto convidado, ao espetáculo “Hammond Project”, de Carlos Araújo e Luís Ruvina, este sábado, no cineteatro municipal de Elvas, naquela que é última noite de ArtJazz Festival.

Esta tarde, estivemos, no decorrer dos ensaios do concerto de logo à noite, à conversa com os artistas.

Neste regresso aos palcos, Paulo de Carvalho recorda os tempos estranhos que se viveram, até aqui, lembrando que a Cultura continua a ser “muito maltratada por quem manda” em Portugal. “Foi estranho, foi qualquer coisa de novo, mas o ser humano tem uma grande capacidade de adaptação, de maneira que temos de pensar naquilo que se está a passar e temos que reagir a tudo isto, dentro das nossas limitações e das nossas capacidades”, revela o artista.

Desde abril de 2020, que Paulo de Carvalho não trabalhava. “Isto foi um problema que tocou a todos, não foi só aos artistas. Houve muita gente com grandes dificuldades em termos de emprego e nós temos as nossas dificuldades, inerentes à nossa profissão”, comenta.

Relativamente ao espetáculo desta noite, Paulo Carvalho garante que é com “muito prazer” que se junta a Carlos Araújo e Luís Ruvina, interpretando temas que o grande público conhece, mas em versões adaptadas ao jazz. “São algumas cantigas que as pessoas conhecem, que eu canto, mas não deixam de ser cantigas cantadas e tocadas de outra maneira”, revela. “Quem nos vier logo, que não estranhe, porque as coisas foram modificados e tanto eu julgo saber este é, ou pretende ser, um festival de jazz”, alerta Paulo de Carvalho.

Apesar de diferentes, o público que não quiser perder o espetáculo vai ter oportunidade de ouvir Paulo de Carvalho interpretar temas como “Prelúdio”, mais conhecido por “Mãe Negra”, “Meninos de Huambo” e músicas de homenagem a Carlos do Carmo, como “Lisboa, Menina e Moça”.

Já Carlos Araújo explica que o “Hammond Project”, apresentado esta noite em Elvas, acaba por resultar num projeto de música original, combinado com arranjos de canções portuguesas. “O conceito é de um jazz luso, que tem por grande referência o Hammond, com a guitarra e a voz, em que juntamos um baterista cubano, que é incrível, e temos sempre convidados”, explica.

Usar músicas conhecidas do grande público, neste projeto, acaba por ser uma forma de conseguir que as pessoas se aproximem mais do jazz, assegura Carlos Araújo. O artista garante ainda que é com grande “seriedade” que, neste projeto, trata a música portuguesa, conduzida, sempre, para o espectro desta área do jazz.

Luís Ruvina, por sua vez, assegura que o Art Jazz Festival de Elvas é o exemplo de que “a música não morreu” e que os músicos existem “para servir um público”. Para fazer música, diz ainda Luís Ruvina, é necessário que haja quem a queira ouvir, sendo que as soluções digitais, nesta altura de pandemia, foram boas, mas que são apenas uma pequena parte da realidade.

O espetáculo desta noite está marcado para as 21 horas, no cineteatro municipal de Elvas, sendo que conta, em simultâneo, com transmissão em direto na página de Facebook do Município de Elvas.