Fronteira fechada “trava” economia da região, diz Fermelinda Carvalho (Arronches)

Desde o final de janeiro, as fronteiras terrestres com Espanha encontram-se fechadas, sendo poucas as exceções previstas para que se possa transpor essa barreira entre os dois países. Em situação difícil, acabou por ficar toda uma economia, sobretudo para os concelhos da zona da Raia, como é caso de Arronches.

As pessoas, sobretudo da freguesia de Esperança, “fazem vida de um lado de lá e de cá e esta situação veio trazer grandes transtornos”, comenta a presidente da Câmara de Arronches, Fermelinda Carvalho, que não esconde que, inicialmente, concordou com o encerramento de fronteiras, tendo em conta o medo e o desconhecimento que existia em torno do vírus da Covid-19. “Mais tarde, percebi que não é por aí, não é isso que faz aumentar ou diminuir os casos”, alega.

Agora, Fermelinda Carvalho assegura que não faz sentido que as fronteiras se mantenham encerradas, mensagem que já foi transmitida ao ministro da tutela. “Há toda uma economia que é importante que funcione, nestas zonas raianas, mas essa economia foi travada por este encerramento de fronteiras”, acrescenta. A autarca lembra ainda os transtornos provocados por esta situação a quem trabalha do outro lado da fronteira, tendo apenas o Caia como passagem autorizada. “Nesta fase, já se justificava a abertura das fronteiras terrestres com Espanha”, assegura.

Fermelinda Carvalho lembra ainda que a economia nesta região é “bastante frágil”. “A restauração, felizmente, já está aberta, e já se provou que não é aí que os contágios acontecem. Nós somos um território com muito poucas pessoas e as pessoas aqui não andam, aos milhares, no mesmo local, pelo que eu acho que as coisas podem funcionar com os devidos cuidados”, garante a autarca.

A presidente do Município de Arronches recorda também que, por esta altura, são permitidas poucas pessoas nos restaurantes, quando em supermercados e outras superfícies comerciais podem estar, em simultâneo, “às centenas”. Os apoios do Governo às empresas, diz ainda, são “muito fracos”, situações que, conjugadas, empobrecem ainda mais este território.