Enfarte do miocárdio mata 12 pessoas por dia em Portugal

Todos os anos morrem em Portugal cerca de 33 mil pessoas devido a doenças cardiovasculares, sendo que só o enfarte agudo do miocárdio mata, em média, 12 pessoas por dia.

Dor no peito é o sintoma mais frequente e que deve alertar, desde logo, as pessoas, que não devem perder tempo a pedir ajuda e entrar, de imediato, na via verde coronária, de acordo com o cardiologista João Brum Silveira (na foto), presidente da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular. “É uma dor de peito, que muitas vezes irradia para o pescoço, a mandíbula, para as costas ou para o braço. É uma dor violenta, em que a pessoa fica com náuseas, pode vomitar e fica suada, com a sensação que o coração está a bater muito rápido”, explica.

A via verde coronária, adianta o médico, é um sistema que permite ao doente aceder, no menor tempo possível, ao tratamento adequado, sendo conduzido, desde logo, a um hospital que possa dar resposta à situação. “Deve ligar o 112, serão feitas algumas perguntas e será enviado auxílio, pelo INEM, a casa. No local, feito o diagnóstico, é iniciado logo o tratamento”, explica João Brum Silveira.

Um doente, nesta região do país, que vá para um outro hospital que não o de Évora, estará a perder tempo. “Um doente com dor no peito tem de ligar 112”, indo de ambulância para Évora, acrescenta o cardiologista.

Maus estilos de vida, sobretudo através do tabagismo e do excesso peso, são os principais responsáveis por uma doença cardiovascular, como um enfarte agudo do miocárdio. Colesterol elevado, diabetes, hipertensão arterial, sedentarismo e stress são outros dos principais fatores de risco.

Melhor que tratar um enfarte, defende João Brum Silveira, é prevenir o aparecimento desta doença crónica, sem cura, que pode surgir por influência genética. Como tal, é necessário adotar um estilo de vida saudável e procurar controlar os fatores de risco: deixar de fumar, fazer um controlo rigoroso da alimentação, praticar exercício físico e apresentar os valores recomendados de pressão arterial, colesterol e diabetes.

O cardiologista dá conta que, em 2020, foi registado um maior número de enfartes, relativamente a 2019, uma vez que as pessoas, tendo em conta a pandemia, em muitos casos, demoraram mais tempo a pedir ajuda. João Brum Silveira alerta ainda a população para o facto de os hospitais estarem preparados para receber estes doentes, mesmo em plena pandemia.

Mais de 63% dos portugueses, entre os 25 e os 74 anos, apresentam níveis elevados de colesterol, o que significa que podem estar em risco iminente de sofrer um enfarte ou um AVC.