O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, anunciou ontem que todos os trabalhos rurais estão proibidos até às 24 horas de amanhã, garantindo que os incêndios registados nos últimos dias se devem a atividades evitáveis, como o de Vila Flor, que terá começado com trabalhos agrícolas.
Esta decisão e o próprio despacho do Governo, para José Eduardo Gonçalves, agricultor e dirigente associativo, é um “disparate”, sendo que veio parar praticamente todo o trabalho agrícola, “excetuando duas coisas: tratores podem acudir aos fogos e distribuir alimentação aos animais”.
José Eduardo Gonçalves considera ainda esta “uma grande falta de respeito pelos agricultores”, garantindo que máquinas de colheita de tomate e de uva, por exemplo, não provocam, em situação alguma, incêndios. O dirigente associativo diz-se muito preocupado com a situação e revela receio que o despacho em vigor seja prolongado, tendo em conta as previsões meteorológicas para os próximos dias.
“Isto é uma grande falta de respeito pelos agricultores. Não parámos com o Covid e agora um despacho do Governo faz-nos parar? Que parem as coisas que façam mal e deixem-nos trabalhar, que nós temos de dar de comer às pessoas”, diz ainda.
Cabe à GNR, até amanhã, à meia-noite, controlar e fiscalizar o uso de maquinaria agrícola pelos produtores de todo o país.