Por não serem considerados serviços essenciais, salões de beleza, cabeleireiros, esteticistas e barbeiros foram obrigados a fechar portas.
Em Elvas, Alexandra Leão, cabeleireira e proprietária de um salão de beleza – Nature Hair – no centro histórico da cidade, garante que esta é a sua única fonte de rendimento, estando de portas fechadas e perante uma “situação muito complicada”.
“Logo na segunda semana de março já tive uma afluência muito baixa de clientes e vi-me obrigada a fechar, quando o Governo decretou que toda a gente teria que fechar”, revela Alexandra, que se queixa ainda que não haja qualquer lei decretada que proteja os profissionais da sua área.
Alexandra Leão lamenta ainda que a senhoria “não compreenda” a situação. “Não quer ceder um só cêntimo na renda. Diz que também precisa de dinheiro, mas eu não o tenho”, explica. “Neste momento, ou gasto as minhas poucas reservas em alimentação, para me alimentar a mim e às minhas filhas, ou tenho de entrar em incumprimento”, diz ainda.
A cabeleireira não tem dúvidas que vai acumular despesas de, pelo menos, três meses, não sabendo como fazer face às mesmas. “Apelo aos meus colegas de profissão que sejam responsáveis, acima de tudo, e que acima dos interesses de cada um nós, porque de dinheiro precisamos todos, desesperados estamos todos, mas a verdade é que temos de ser responsáveis e trabalhar à porta fechada não é solução”, remata.
Também a esteticista que trabalha com Andreia lembra que as rendas vão continuar a ter de ser pagas, mas que sem trabalhar vai ser difícil ter forma de sustento. “Não estamos a trabalhar, as despesas vão ter de ser pagas e, no entanto, não temos forma de sustento, porque não temos clientes”, explica.
“Trabalhava por marcações, sempre com agenda preenchida, e neste momento vejo-me parada, sem fazer nada”, revela a esteticista. Para manterem o espaço, após esta crise, a esteticista garante que vão precisar de ajudas ao nível de pagamento de rendas e contas de água e eletricidade.
