“Não há razões para uma corrida aos supermercados” devido ao covid-19. Quem o diz é o secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, João Torres.
O secretário de Estado assegura ainda que esta corrida, que se está a verificar, um pouco por todo o país, acaba por gerar um “alarme injustificado”. “Nós não estamos na iminência de rotura de stock no que diz respeito a um conjunto vasto de produtos alimentícios que constituem bens de primeira necessidade”, garante.
Também a Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição já reconheceu uma corrida anormal aos supermercados, garantindo, contudo, que “não há nem haverá, para já, falta de qualquer bem de consumo”.
A verdade é que no Continente de Elvas, numa hora que habitualmente é relativamente pequena a afluência de pessoas, o respetivo parque de estacionamento estava cheio e as filas, nas caixas, eram consideravelmente grandes.
“É uma loucura. Estive quase uma hora à espera no talho e a carne está a acabar”, revela uma das senhoras que se encontrava às compras, adiantando que só leva do supermercado aquilo que considera essencial.
“Isto é comprar sem tato nenhum. Vim agora de Badajoz, e nos supermercados era uma loucura, com as pessoas a comprarem, essencialmente, papel higiénico”, revela um homem que, na superfície comercial de Elvas, apenas procurou comprar os bens necessários para o dia-a-dia. “Quando cheguei à zona do talho, percebi que já nem havia frangos, uma coisa que há sempre”, acrescenta.
Uma outra mulher considera que é essencial apelar ao bom senso, sendo que esta “corrida” aos supermercados não faz sentido. Lembra ainda as desigualdades, em termos financeiros, que existe entre as pessoas, até porque “se quem tem muito, vem comprar tudo o que precisa e o que não precisa”, quem tem menos poderá vir a ter problemas em comprar os bens essenciais.
Já um casal de idosos, que saía deste supermercado com um carrinho de compras cheio, revela ter algum receio desta pandemia, por mais que assegura que apenas fez o “avio normal do mês”, uma vez que, em sua casa, moram mais pessoas.
À semelhança do que acontece no Continente de Elvas, também nas restantes superfícies comerciais da cidade, tem-se verificado uma anormal afluência da população, com as prateleiras a ficarem, por momentos, vazias.