Carnaval em Badajoz aos olhos de Rafael Russo e José Pozo

O Carnaval em Badajoz é considerado uma Festa de Interesse Turístico Nacional, sendo que este ano foram 51 as comparsas que desfilaram pela cidade pacense.

Rafael Russo e José Pozo fazem parte da Comparsa “Karetos Salvavidas” de Badajoz e estiveram esta tarde de segunda-feira, dia 2, no Magazine de Informação e Música, na Rádio ELVAS, para nos falar sobre a forma como as comparsas organizam e preparam o Carnaval.

Rafael Russo é natural de Elvas, mas reside em Badajoz há quatro anos, sendo que começou a participar no desfile há dois anos; desde pequeno, participava nos desfiles de Elvas, tendo como sonho participar numa comparsa, algo que se concretizou, quando se mudou para Badajoz.

Já José Pozo participa, desde pequeno, no Carnaval em Badajoz e, há 10 anos, está na comparsa “Karetos Salvavidas”.

Esta comparsa, segundo Rafael caracteriza-se “pelos fatos muito elegantes, que este ano tinham 7 mil brilhantes, muito elaborados e também pela música, que normalmente são originais e criadas pelo grupo, algo que não aconteceu este ano, onde utilizaram versões de outras músicas de forma a entrarem mais modernos, neste Carnaval”, e com a qual obtiveram “uma ótima pontuação”.

“Não paramos o ano inteiro, o Carnaval termina no final de março, entre abril e maio a designer prepara os fatos do ano seguinte, e os responsáveis começam a preparar a dança. No mês de agosto começam os ensaios e a elaboração dos fatos, explica Rafael.

Quando o Carnaval termina, “no domingo, já existe tema para o ano seguinte, mas é guardado a sete chaves, só se revela em outubro ou novembro, mês em que é elaborada uma pequena publicidade de cada comparsa”.

Rafael afirma que como o Carnaval de Badajoz envolve um concurso, “há sempre competição e muita”, mas quanto a si, a mesma “é saudável”, algo com o qual José também concorda, e refere que “esta é uma forma apenas de conviver e desfrutar, e ainda mostrar o trabalho desenvolvido ao longo do ano”.

Quanto aos fatos, cada elemento do grupo elabora o seu próprio fato, com base no tecido e padrões escolhidos pela designer, que são posteriormente distribuídos pelos elementos da comparsa, que adquirem depois os acessórios e os elaboram em casa, ou solicitam que o mesmo seja feito por uma costureira, sendo que todos têm de ser iguais.

Quanto aos ensaios, Rafael refere que os mesmos decorrem num armazém alugado pela comparsa, onde os elementos se reúnem para ensaiar só aos domingos. A partir de dezembro, os ensaios decorrem aos sábados, domingos, e uma vez durante a semana à noite.

Terminado o período de Carnaval, as comparsas são convidadas a desfilar por várias localidades da Extremadura e muitas vezes também em outros países, algo que é diferente do desfile em Badajoz, uma vez que “não existe concurso e é mais descontraído”, afirmam Rafael e José.

Rafael convida todos a “verem o que é o desfile em Badajoz, e quem nunca conseguiu ver que vejam porque vale a pena, e este é um Carnaval que está a lutar por um reconhecimento internacional, e se as pessoas virem, provavelmente estamos mais perto de atingir esse reconhecimento”. José faz um convite “para quem quiser participar no Carnaval em Badajoz”, e pode fazê-lo já a partir de março, altura em que abrem as inscrições.

Só este ano o Carnaval em Badajoz atraiu cerca de 250 mil visitantes.