Nos últimos tempos, sempre que acontecem cremações no Complexo Funerário de Elvas, as chaminés apresentam por vezes uma nuvem negra no céu, com fumo preto, o que alertou várias pessoas.
O fumo das cremações não deve ter cor, nem cheiro e não deve ainda conter qualquer agente poluente.
A Rádio ELVAS foi ouvir Paulo Carreira, diretor de Negócio da Servilusa, que garante que a limpeza das condutas e de todo o equipamento do forno do complexo tem sido realizada, adiantando ainda que as emissões de gases do crematório estão dentro dos parâmetros legais, não sendo prejudiciais à saúde “pode ocorrer, raramente, alguma libertação de fumo, mas tem a ver com a variação da temperatura, do nível de oxigénio, do forno, aquando da entrada da urna”, explica.
Os materiais usados nas urnas – como aglomerados de madeira, com vernizes sintéticos e interiores em poliéster – muitas vezes, explica Paulo Carreira, “não respeitam as regras dos crematórios”, acabando, nesses casos, a gerar “o tal fumo negro que se vê sair da chaminé”. Como tal, apela às agências funerárias para que “produzam caixões apenas materiais livres de emissão de fumo e para que respeitem os procedimentos dos crematórios”.
O forno crematório de Elvas está preparado para realizar, por ano, cerca de 3500 cremações, algo que está muito longe de acontecer, de acordo com o diretor de negócio da Servilusa. “Em Elvas, as cremações não chegam às mil” por ano, assegura.
As cerimónias fúnebres, por tradição, em Portugal, são conhecidas por envolver um caixão e uma sepultura no cemitério, mas os tempos estão a mudar, com a população a escolher, cada vez mais, a cremação, em vez do tradicional enterro.
Prova disso é que, até 2002, só existiam três crematórios em todo o país. Atualmente, são 26: 23 em Portugal Continental e três nas ilhas. O de Elvas foi inaugurado em abril de 2008.