Lar de Elvas condena negligência nos cuidados a idoso

Imagem TVI

Uma reportagem da jornalista da TVI Ana Leal, emitida na terça-feira, 19 de novembro, dava conta de alegados atos de negligência, nos cuidados a um idoso de 90 anos, institucionalizado no Lar Júlio Alcântara Botelho, em Elvas.

Em causa estão imagens que a filha deste homem, entretanto já falecido, divulgou, onde se pode ver o utente sentado numa cadeira de rodas, semi nu e descalço. De acordo com a filha, o idoso terá estado mais de três horas ao abandono num dos corredores da instituição, depois de ter estado hospitalizado.

Manuel Luís Cortes, membro da direção do lar, considera a situação “lamentável”, pelo que um dos três funcionários responsáveis pelo sucedido foi já afastado da instituição e outros dois encontram-se a braços com processos disciplinares.

“Ela (filha do idoso) veio visitar o pai e constatou aquilo que se passou. Nós estávamos na Feira de São Mateus, com 34 utentes, mas passado um pouco recebe-se uma chamada, porque a senhora dona Mercedes, filha do senhor Pelúcia, pediu para que se fosse à instituição e o presidente da direção e o diretor técnico vieram cá acima”, revela Manuel Luís Cortes. “Constataram, precisamente, que o senhor estava naquela imagem que já foi difundida nas televisões e que nós lamentamos”, acrescenta.

O membro da direção garante que a imagem em questão, considerada por este “deprimente”, foi uma exceção daquilo que tem sido o trabalho desenvolvido ao longo dos 113 anos da instituição. Manuel Luís Cortes atribui ainda as culpas do que aconteceu a um dos funcionários, que abandonou o serviço antes da sua hora de saída.

Apesar da direção assumir as culpas daquilo que se passou, Manuel Luís Cortes explicou que o utente em questão, contra o parecer médico e a ordem da filha, teve alta hospitalar, antes de chegar à instituição na situação em causa.

“O relatório médico diz que o senhor não devia ter tido alta, mas a filha assinou o auto de saída. O senhor não estava em condições”, garante.

Mercedes Pelúcia, na reportagem da TVI, acusa ainda os funcionários do Lar Júlio Alcântara Botelho de não mover o seu pai, o que o terá deixado com várias escaras no corpo. Manuel Luís Cortes, contudo, revela que em cerca de mês e meio, o idoso não esteve na instituição. Adianta ainda que este sempre foi autónomo e que as escaras nunca foram mencionadas nas altas hospitalares.

Num comunicado, a direção do lar garante que “não aceita que situações destas ocorram dentro da instituição e repudia-as veementemente, e sempre que tiver o mínimo indício de que possa ocorrer ou tenha ocorrido qualquer comportamento que ponha em causa o tratamento e cuidado a ter com os utentes atuará de imediato, o que não foi exceção neste caso”.