Exposição De Re Metallica inaugurada quinta-feira no MEIAC, em Badajoz

A exposição, do artista português Gonçalo Jardim, com o comissariado Manuel Costa e José Alberto Ferreira, é o resultado da assinatura do Protocolo de Intercâmbio de Exposições entre o MEIAC e a Fundação Eugénio de Almeida de Évora, que prevê a promoção e conhecimento do trabalho dos artistas provenientes das respetivas regiões, para além do aprofundamento do diálogo e da cooperação transfronteiriça. Este protocolo é o primeiro com estas características subscritas entre entidades da Extremadura e do Alentejo.

Com a exposição é apresentado um catálogo com a inauguração da coleção Campo Aberto que acolhe a edição conjunta  dos catálogos que acompanham a cada uma das seis exposições previstas pelo Acordo, estabelecido com uma vigência de três anos (2019-2021).

De re metallica, concebida para os espaços interiores e exteriores do MEIAC, apresenta uma produção do artista português Gonçalo Jardim, na qual é percetível a presença efetiva de muitos saberes, o desenho e a arquitetura, a aritmética e a medicina, as leis e a astronomia, tal como a filosofia, que evidencia um passeio dotado de grande coerência. A exposição recorre ao título do livro publicado por Georgius Agricola em 1556, em que se definia o estado de arte da metalúrgica, uma obra fundamental para o conhecimento da matéria na sua época, e no qual o autor escreveu que aqueles que trabalham o ferro cultivam muitas ciências.

A escultura do Jardim reafirma a evidência de que o peso da La Re metallica combina na perfeição com o ar e a suspensão. Para além disso, o seu trabalho mantém uma clara conexão com o real, com um bom número de peças o resultado de um contacto direto com objetos do mundo natural. Na sua produção há uma abundância de aranhas, pássaros, crânios de pássaros e outras ossadas de pássaros-barcos, que conduzem o visitante por uma vista fantasiosa pelos meandros de um gabinete de história natural onde tudo está interligado.