Esta quarta-feira, 28 de Março, foi inaugurado o Centro de Artes e Ofícios do Património (CAOP). Um projecto da associação InCidades que visa salvaguardar, conservar e valorizar o património, enquanto factor sustentável.
O CAOP vai oferecer formação profissional modular, centrada na aquisição de valências nas artes e ofícios da construção tradicional. O objectivo é capacitar profissionais para a reabilitação de obras, usando técnicas de conservação e construção tradicional.
Este projecto conta com a cooperação do município de Elvas, que adquiriu o edifício no largo de São Martinho, que anteriormente serviu de sede da cruz vermelha e também de um infantário.
Aqui os alunos vão ter a parte prática da formação começando exatamente pela reabilitação do edifício, que se encontra muito degradado.
Nuno Mocinha, presidente da câmara de Elvas, refere que este edifício devia ser património nacional. Numa primeira parte vai servir para o CAOP, mas no futuro terá outras funções, que o autarca preferiu não revelar para já.
“O objectivo é formar pessoas para intervir no Património, seja ele em Elvas, Évora, Estremoz ou Badajoz”, disse o autarca.
Nuno Mocinha alerta no entanto que há risco de o projecto não vingar, caso não se encontre alunos, pois se não houver alunos não há mercado.
“O CAOP é uma iniciativa fantástica, mas estamos a abrir uma instituição para um público muito especifico. São artes que estão a desaparecer e têm de ser protegidas. É preciso ter coragem para por em prática, e é nessa perspetiva que faço o desafio ao corpo técnico da InCidades, para não desistirem”, indicou.
Ana Paula Amendoeira, Diretora Regional da Cultura do Alentejo, compreende as palavras do presidente da câmara, mas afirma que o primeiro passo tem que ser dado e que este projecto está inserido num nicho de mercado muito rentável.
“Não podemos ter tudo na perfeição, há áreas que são mais frágeis e no Alentejo ainda mais pois temos uma baixa densidade. Esta área do património é altamente especializada que cria emprego de alta qualidade, de modos que não é um emprego precário”, referiu.
Neste dia foi também assinado um protocolo com a Comissão da Nacional da UNESCO para a formação de um clube para as Artes e Ofícios do Património.
O projecto está a ser desenvolvido em parceria com o Instituto Politécnico de Portalegre, o Laboratório Hércules da Universidade de Évora, o Centreo de Formação Profissional do Artesanato e pla DRCA, O Grémio do Património.
O primeiro curso está agendado para começar a 1 de Maio, e baseia-se no revestimento a cal. As inscrições podem ser feitas no site em caop.org.pt