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Portalegre: professores em protesto à porta da Escola Mouzinho da Silveira

Imagem: Manuel de Almeida

Professores e educadores do distrito vão concentrar-se amanhã, quarta-feira, 4 de outubro, junto à entrada Escola Secundária Mouzinho da Silveira, em Portalegre, para exigirem “soluções e respeito”.

A concentração está marcada para as 10h20, sendo esta uma iniciativa convergente das 9 organizações sindicais de docentes, que decorre no âmbito da Semana Europeia dos Professores.

Para sexta-feira, dia 6, está marcada uma Greve Nacional dos Professores.

O comunicado do Sindicato dos Professores da Zona Sul, enviado à redação da Rádio ELVAS, para ler na íntegra:  

“Professores e Educadores exigem soluções!

Pela valorização da profissão e melhoria das condições de trabalho e de vida.

O governo teima em não atender às propostas dos professores de valorização da profissão e melhoria das condições de trabalho e de vida.

A carreira não foi recomposta, como deveria ter sido e o governo se comprometeu em 18 de novembro de 2017, o que se traduz numa profunda desvalorização material, com assimetrias que se agravarão com a aplicação do DL 74/2023.

Os professores veem reduzidas as condições salariais, que se agravarão, caso sejam impostas uma ofensiva “atualização” de 2% e a carreira não seja recomposta através da contagem do tempo de serviço cumprido pelos docentes, da eliminação das vagas para progressão aos 5.º e 7.º escalões e do fim das injustas quotas na avaliação do desempenho.

Outros problemas, porém, continuam por resolver:

– A precariedade não foi eliminada com a publicação do DL 32-A/2023 e o regime aprovado gera novas situações de instabilidade;

– Docentes com vários anos de experiência profissional são obrigados a realizar período probatório e, no próximo ano, a concorrer a nível nacional;

– O envelhecimento da profissão avança, sem que sejam tomadas medidas que o revertam, designadamente ao nível da aposentação;

– Os horários de trabalho continuam feridos de ilegalidades e abusos que provocam situações de sobretrabalho que se abatem sobre os professores, estando na origem do grande cansaço e desgaste sentido pelos profissionais;

– O desumano regime de Mobilidade por Doença não mereceu uma profunda revisão, continuando a deixar desprotegidos milhares de docentes com doenças incapacitantes.

Estes são, entre outros, problemas que se arrastam e nem a crescente falta de professores nas escolas parece sensibilizar os responsáveis do governo no sentido de respeitarem a profissão docente. Ao invés, pretende alterar o regime de formação de docentes, reduzindo os requisitos para ingresso nos mestrados profissionalizantes, bem como a formação em geral, regime esse que revela haver mais preocupações com a quantidade do que com a qualidade.

Os professores têm lutado e continuarão a lutar! Querem a resolução dos problemas. Defendem a profissão. Não abdicam de uma Escola Pública de qualidade. Protestam contra a ação do Ministério da Educação que visa impedir essa luta, designadamente, como no ano transato, com a imposição de serviços mínimos que, mais tarde, os tribunais confirmaram ser ilegais.

Em breve será apresentada na Assembleia da República a proposta de Orçamento do Estado para 2024. Os Professores e os Educadores exigem que sejam contempladas verbas para responder aos principais problemas que terão de ser resolvidos, entre outros, a primeira tranche do faseamento de recuperação dos 6 anos, 6 meses e 23 dias de serviço ainda congelados.”

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