As instalações da Amazon, em Badajoz, não começaram ainda a funcionar e a expectativa é que, na melhor hipótese, só abram dentro de dois anos.

Em conferência de imprensa, o conselheiro de Economia e Emprego da Junta da Extremadura, Guillermo Santamaría, que esteve no dia anterior em reunião com a multinacional, explicou as razões que fazem com que a Amazon descarte abrir, neste momento, o seu centro logístico já construído em Badajoz.

Santamaría explicou que, segundo lhes transmitiram os responsáveis, a Amazon não pode abrir devido ao “reajuste das suas previsões de crescimento de negócios na Europa, sobre o plano inicial de expansão, baseado em números de vendas do período covid”, pelo que “pelo menos, nos próximos dois anos, não colocarão o centro em funcionamento”.

A Amazon terá justificado que já tem uma rede europeia de centros logísticos organizada em vários níveis, com um dimensionamento que depende da procura e, de acordo com a conjuntura mundial atual, não será rentável abrir o centro de Badajoz por falta de negócio suficiente.

Adiantou ainda Santamaria que “não descartam a sua abertura no futuro, embora tenham deixado claro que, pelo menos, nos próximos dois anos não vai abrir”. Toda a situação foi tratada em julho, “com o anterior executivo”.

A Junta da Extremadura garantiu que a Amazon não recebeu qualquer subsídio e que o terreno foi comprado a preço de mercado.

O Governo aprovou recentemente uma nova redução das portagens nas autoestradas do interior e do Algarve. A partir de janeiro, o desconto atual de 50% passa para 65%, face às tarifas base de 2011. Trata-se de uma redução de 30% face aos preços atuais.

Contudo, a A6, que liga Marateca a Elvas, ficou de fora desta lista, sendo que, recorda a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, esta autoestrada “nunca teve descontos”. “Nós estamos a fazer descontos num conjunto de autoestradas que não pagavam portagens, e que por via de um contexto que o país viveu, tivemos que impor portagens nessas autoestradas. Não é o caso da A6”, começa por dizer.

“Estamos a falar de um conjunto muito limitado de autoestradas, que estão muito bem identificadas e relativamente às quais se introduziram, em 2011, as portagens, mas o objetivo era ir reduzindo e repondo justiça”, explica Ana Abrunhosa, dando conta que quando as portagens foram construídas, “o objetivo não era portajá-las”, por se tratarem de “portagens no interior”.

Por outro lado, e recordando que a maioria das autoestradas abrangidas pela medida é concessionada pela Infraestruturas de Portugal, ao contrário da A6, que é concessionada pela Brisa, Ana Abrunhosa diz ainda que “não estamos num mundo em que devemos incentivar o uso do automóvel”.

“Nós estamos a fazê-lo, neste contexto, porque estes territórios não têm vias alternativas seguras e porque não há transporte coletivo. Temos que reduzir as portagens e estimular para que haja transporte coletivo ao nível das Comunidades Intermunicipais”, remata.

São seis as vias abrangidas por esta redução: a A22, no Algarve; a A23, da Beira Interior; a A24, do Interior Norte; a A25, das Beiras Litoral e Alta; A4, Transmontana e Túnel do Marão; A13 e A13-1 do Pinhal Interior. Ficam abrangidos todos os veículos, de transportes de mercadorias e passageiros, que usufruem da redução de 65% no período diurno. Durante a noite a redução acumulada é de 70%.

Foi em agosto que a Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA) anunciou o lançamento do concurso para a construção da Barragem do Pisão, no Crato.

Formalmente conhecida como Empreendimento de Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Crato, a Barragem do Pisão vai envolver um investimento total de 171 milhões de euros, dos quais 120 milhões estão inscritos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Com a obra a ser repartida em vários concursos, explica o presidente da Câmara do Crato, Joaquim Diogo, o concurso público internacional já lançado, referente à construção das infraestruturas primárias, é de cerca de 72 milhões de euros. “É o pontapé de saída e a obra mais emblemática e com um maior valor, que contempla aquilo a que, genericamente, chamamos o paredão, toda a parte da descarga de água, também a parte de tomada de água, os caminhos adjacentes, a desmatação, as manchas de empréstimo para a construção dessa barragem, que será em argila, em terra compactada”, revela o autarca.

Lembrando o compromisso assumido com o Governo e a Comissão Europeia, de 120 milhões de euros, reforçado, entretanto, em mais 30 milhões, Joaquim Diogo não tem dúvidas que este é um projeto que “tem vida e que vai crescer”. “É uma dinâmica que vai continuar, vai ser alterado, em algumas coisas, que vai começar de uma maneira e acabar de outra, como em todas as obras”, acrescenta.

O autarca assegura ainda que este investimento será “muito bom” para todo o Alto Alentejo, uma vez que, entre outros aspetos, irá beneficiar, diretamente, oito concelhos, com uma reserva estratégica de água. “A capacidade de produzirmos energia, por fontes renováveis, a capacidade de termos mais um polo de atração turístico e de desenvolvimento, por exemplo, para a investigação do Instituto Politécnico de Portalegre: acho que tudo isso é um sinal que este Governo deu ao Alto Alentejo, com o maior investimento das últimas décadas, com muitas dificuldades para aprovar na Comissão Europeia, mas o Governo manteve sempre a sua firmeza, para que este projeto fosse para a frente”, diz ainda.

Joaquim Diogo assegura ainda que todos os autarcas do Alto Alentejo estão de parabéns, por terem falado sempre “a uma só voz”, sabendo dizendo que este “era um projeto para o território e que todos concordavam com isso”.

A CIMAA é a responsável pela execução do projeto e, segundo o cronograma submetido à Comissão Europeia, as obras estarão terminadas em julho de 2026.

João Peixe está de regresso a Elvas para, no sábado, 7 de outubro, inaugurar, na Casa da Cultura, a exposição “Os Dois Lados”, composta, sobretudo, por trabalhos produzidos à base de madeira.

Estes dois lados das obras, explica o artista elvense, apresentam duas vertentes: uma mais abstrata e outra mais figurativa. “Tenho depois umas peças mais complexas, em que junto os dois lados, em que os dois lados vão para além da peça final, mas também de textos que eu escrevo e depois transformo em peças”, adianta. A temática desta exposição acaba por englobar “muito daquilo” que João Peixe considera ter e ser como artista, numa “procura por ir evoluindo tecnicamente e artisticamente”.

Ainda que a pintura, seja em acrílico, seja em spray, tenha também o seu destaque nesta exposição, o artista explica que a base das obras é sempre a madeira, através de um trabalho de carpintaria e artesanato. Por isso mesmo, João Peixe acredita que esta é uma exposição “diferente” de todas aquelas que já estiveram patentes na Casa da Cultura.

Revelando que esta é a primeira vez que tem a oportunidade de mostrar, em Elvas, todo o seu portefólio, a título individual, o artista garante que esta exposição, para si, tem um valor “acrescentado”.

Nascido em Portalegre, João Peixe viveu até aos 18 anos em Elvas, sendo que foi em Lisboa, onde se mantém até aos dias de hoje, que se formou em Arquitetura.

A exposição, que é inaugurada às 15 horas de sábado, fica depois disponível para visita, na Casa da Cultura de Elvas, até dia 11 de novembro. Esta mostra pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 9 às 13 horas e das 14 às 17 horas, e aos sábados, das 10 às 13 horas, encontrando-se encerrada aos domingos e feriados.