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O desenvolvimento do cânhamo orgânico em Portugal

O dia 15 de agosto de 2018 foi histórico para o cânhamo orgânico em Portugal, já que ficou marcado pela aprovação de um projeto-lei que permitiu a legalização da canábis medicinal em território nacional.

O projeto-lei foi recebido com resistência por parte de muitos deputados na Assembleia da República após ter sido sugerido pelo PAN e pelo Bloco de Esquerda. A proposta inicial inclua o direito ao autocultivo (ou seja, o direito dos pacientes à plantação do próprio cânhamo), entretanto anulado.


A história do cânhamo orgânico em Portugal parece ter começado em 2018, mas data, na verdade, do século XVIII. Mas se já se usava canábis para fins medicinais há mais de 300 anos, como se explica que só recentemente a planta tenha sido reconhecida pelo seu valor terapêutico?

CBD: uma novidade com raízes na antiguidade

A partir de 2018, passou a ser possível comprar CBD em Portugal através de lojas físicas e online. O CBD é uma das substâncias mais terapêuticas da planta da canábis, utilizada para prevenir doenças mentais como a depressão e a ansiedade ou para o tratamento de pacientes com epilepsia, dor crónica, inflamações, ou dores de cabeça.
Contudo, os poderes curativos do cânhamo já eram do conhecimento de médicos chineses há mais de 7.000 anos. Na Europa, a planta serviu para fins terapêuticos em vários países (incluindo Portugal) e famosamente utilizada para tratar as dores menstruais da rainha Vitória de Inglaterra.

De resto, a história do cânhamo orgânico enquanto planta terapêutica é bem mais antiga do que a história da planta da canábis enquanto substância ilegal; no nosso país, a canábis só passou a ser proibida a partir de 1961, inspirada por uma conferência sobre estupefacientes realizada em Viena.

A guerra contra o cânhamo

Muitos historiadores acreditam ainda que a ilegalização da canábis foi mais inspirada por grupos de pressão das indústrias do algodão e do petróleo do que por preocupações de cariz social. Na década 30, os Estados Unidos foram palco de uma autêntica guerra contra o cânhamo, motivada exclusivamente pelo interesse de um número reduzido de entidades privadas.

Ainda que o cânhamo seja uma das fibras naturais mais resistentes do mundo, este foi ignorado enquanto matéria-prima devido aos grandes lobbies norte-americanos do petróleo, do algodão, e da madeira.

A questão do CBD

Se a proibição do cânhamo orgânico não faz sentido, o mesmo se pode dizer da proibição (entretanto anulada) do CBD. Ao contrário do THC, o CBD é uma substância da canábis que não tem um efeito psicoativo, o que significa que não induz mudanças no comportamento de quem a consome. Por outras palavras, o CBD é um químico com finalidades terapêuticas que não tem nenhum tipo de efeitos secundários nocivos.

A melhor parte é que o CBD não precisa de ser fumado para ser consumido, já que existem vários óleos de cânhamo com alto teor de CBD disponíveis no mercado. A Mama Kana, por exemplo, disponibiliza vários tipos de óleos de cânhamo orgânico com CBD aqui.

A legislação recente ajudou a corrigir os erros do passado. Atualmente, é cada vez mais fácil aceder ao poder curativo das substâncias da planta da canábis, poder esse que já era reconhecido pelos profissionais da medicina há centenas de anos.

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